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O atraso na divulgação dos dados diários do novo coronavírus no Brasil e o anúncio da revisão da metodologia usada para compilar os dados causaram fortes críticas dos meios político e jurídico.
Parlamentares veem risco de manipulação dos números por parte do governo e já preparam ações ao STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir transparência do governo sobre a realidade da pandemia no país.
As críticas se intensificaram também com as declarações do novo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, sobre recontagem do número de mortes causadas pela Covid-19.
Integrantes do Supremo e do TCU (Tribunal de Contas da União) também dizem estar atentos ao tema. O ministro Bruno Dantas, por exemplo, usou as redes sociais para anunciar que "cogita propor" aos tribunais de contas federal e estaduais que requisitem os dados da doença para divulgação diária até 18h.
O ministro do TCU também cita que as instituições devem atuar para superar "novas dificuldades para divulgar dados nacionais da Covid-19".
Dantas foi endossado pelo ministro do STF Gilmar Mendes, que compartilhou a mensagem e ainda publicou outro texto em que afirma ser "questão de saúde pública" o dever de prestar contas sobre a doença no país.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por sua vez, anunciou que irá propor à Comissão Especial do Congresso que acompanha os desdobramentos do novo coronavírus uma contagem paralela do número de infectados, curados e mortos pela Covid-19.
Além disso, apresentará uma ação ao STF em que alegará que o governo está descumprindo preceitos fundamentais da Constituição e exigirá maior transparência sobre os números da doença.
"O que Bolsonaro está fazendo é uma clara tentativa de manipulação de dados acerca da covid-19. Como se sua gestão inepta e omissa não fosse o suficiente! Ainda hoje, entraremos com ação no STF, obrigando o Governo a dar transparência aos dados da pandemia", criticou.
O parlamentar salientou, ainda, estar analisando os fatos para protocolar um novo pedido de impeachment contra Bolsonaro por crime de responsabilidade.
Para o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), está claro que o chefe do Executivo quer alterar dados da doença a fim de escamotear a real situação do coronavírus no Brasil.
"Bolsonaro está desesperado para manipular o número de mortos por Covid-19, que sobe aceleradamente por causa da irresponsabilidade dele. Negar a realidade é regra nesse governo. Neste caso, ainda mais preocupante, pois a não divulgação de dados impede o combate eficaz ao coronavírus", disse.
Molon é líder do PSB na Câmara e anunciou que o partido também acionará a Justiça a respeito.
"Contra esses atos inconsequentes, nós do PSB vamos entrar no STF, representar no TCU e convocar o ministro da Saúde para prestar esclarecimentos à Câmara", disse.
A afirmação do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estarégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, de que haverá uma recontagem do total de mortos também gerou duras críticas ao governo.
Em entrevista ao jornal O Globo, sem explicar por que não confia nos dados atuais, o secretário afirmou que os números divulgados até aqui são "fantasiosos ou manipulados". Segundo ele, a quantidade de óbitos, na verdade, é menor do que foi anunciado.
O presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), Alberto Beltrame, afirmou que as declarações de Wizard revelam "profunda ignorância sobre o tema e insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias".
A afirmação de que estados e municípios manipulam dados em busca de mais orçamento, segundo Beltrame, ofende secretários da área, médicos e todos profissionais que têm se dedicado no enfrentamento a pandemia.
"Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como mercadoria", ressalta.
O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) também critica o secretário.
"Brincando com a vida de milhões de brasileiros, Wizard demonstra ter formado-se em gestão pública em Hogwarts", diz, em referência à escola de bruxaria do livre Harry Potter.
E completa: "Acusa governadores de manipular dados sem apresentar nenhuma prova e quer baixar o número de mortes com sua varinha mágica. Algum representante do mundo real precisa avisá-lo que, no mundo real, isso dá cadeia".
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Integrantes do Supremo e do TCU (Tribunal de Contas da União) também dizem estar atentos ao tema. O ministro Bruno Dantas, por exemplo, usou as redes sociais para anunciar que "cogita propor" aos tribunais de contas federal e estaduais que requisitem os dados da doença para divulgação diária até 18h.
O ministro do TCU também cita que as instituições devem atuar para superar "novas dificuldades para divulgar dados nacionais da Covid-19".
Dantas foi endossado pelo ministro do STF Gilmar Mendes, que compartilhou a mensagem e ainda publicou outro texto em que afirma ser "questão de saúde pública" o dever de prestar contas sobre a doença no país.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), por sua vez, anunciou que irá propor à Comissão Especial do Congresso que acompanha os desdobramentos do novo coronavírus uma contagem paralela do número de infectados, curados e mortos pela Covid-19.
Além disso, apresentará uma ação ao STF em que alegará que o governo está descumprindo preceitos fundamentais da Constituição e exigirá maior transparência sobre os números da doença.
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Molon é líder do PSB na Câmara e anunciou que o partido também acionará a Justiça a respeito.
"Contra esses atos inconsequentes, nós do PSB vamos entrar no STF, representar no TCU e convocar o ministro da Saúde para prestar esclarecimentos à Câmara", disse.
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O presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), Alberto Beltrame, afirmou que as declarações de Wizard revelam "profunda ignorância sobre o tema e insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias".
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O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) também critica o secretário.
"Brincando com a vida de milhões de brasileiros, Wizard demonstra ter formado-se em gestão pública em Hogwarts", diz, em referência à escola de bruxaria do livre Harry Potter.
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