Brasil247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apagou de suas redes sociais a postagem em que aparecia usando um boné vermelho com o slogan “MAGA” (Make America Great Again), associado à campanha de Donald Trump. A retirada do conteúdo ocorreu após uma onda de críticas ao apoio do governador à decisão do ex-presidente norte-americano de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. As informações são da Isto É.

A publicação, feita ainda em janeiro para comemorar a posse de Trump, ressurgiu com força nos últimos dias, em meio à crise diplomática provocada pela taxação. Na postagem excluída, Tarcísio aparecia sorridente com o boné-símbolo da direita americana. Ao longo da semana, o governador intensificou as críticas ao governo Lula, atribuindo à atual gestão a responsabilidade pela retaliação norte-americana. “Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro”, escreveu, alegando que o presidente coloca “ideologia acima do resultado”.

As declarações geraram forte reação no meio político. O presidente Lula ironizou o gesto de Tarcísio: “Não adianta tentar esconder o chapeuzinho do Trump”, comentou, referindo-se ao boné MAGA. A repercussão negativa levou o governador a recuar parcialmente.

Na quinta-feira (10), Tarcísio reconheceu publicamente que a tarifa terá efeitos negativos para o Brasil, especialmente para São Paulo, o estado mais industrializado do país. “É preciso deixar as diferenças ideológicas de lado e buscar o diálogo com o governo Trump”, defendeu.

A movimentação do governador acontece em um momento de acirramento político. Cotado como potencial candidato à Presidência em 2026, Tarcísio tenta se equilibrar entre manter vínculos com o bolsonarismo e não se descolar dos interesses econômicos do seu estado. A crise também revelou contradições dentro do próprio campo da direita: enquanto Tarcísio e outros aliados de Jair Bolsonaro culpam Lula pela tarifa, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) atua desde fevereiro nos Estados Unidos incentivando o governo Trump a adotar medidas contra autoridades brasileiras, sob alegação de perseguição política.