O debate sobre o futuro do Hospital Regional de Divinópolis voltou ao centro da disputa política no Centro-Oeste mineiro após a declaração do vice-governador Mateus Simões (PSD), que responsabilizou a deputada federal Lohanna (PV) pela retirada do prédio da lista de imóveis do Propag. Segundo ele, a parlamentar trouxe "prejuízo" ao governo mineiro.

Durante agenda recente, Mateus afirmou que a atuação de Lohanna teria “travado” a solução pensada pelo governo Romeu Zema para o imóvel, parado desde 2010. Segundo ele, ao retirar o hospital do rol de ativos do Propag, o governo precisou reavaliar alternativas de gestão e destino.

Lohanna rebateu a fala e classificou a declaração como “falsa”. Em vídeo nas redes sociais, a deputada disse que o hospital não constava na lista pública do Propag desde 2023 e que o governo só incluiu o imóvel de forma interna após pressão política. Ela acusa o Executivo de “contradições” e afirma que a exclusão do prédio do programa foi decisão do próprio governo, não do Parlamento, embora ela tenha articulado o fato.

A parlamentar também reiterou que, antes de qualquer tratativa envolvendo venda ou concessão, o governo Zema já discutia com o Ministério da Saúde a possibilidade de repassar o hospital à União. A negociação avançou em setembro, quando a gestão estadual anunciou oficialmente a doação do imóvel ao governo federal, que deverá concluir e equipar a unidade. 

O movimento para retirar o hospital da lista do Propag foi acompanhado por parlamentares estaduais e federais da região, inclusive o prefeito de Divinópolis, Gleidison Azevedo (Novo). Em julho, deputados da base e da oposição pediram formalmente que o imóvel fosse excluído do programa, argumentando que o Estado deveria priorizar a conclusão da obra e a implantação dos serviços. O governo afirmou, à época, que analisaria alternativas.

Com a oficialização da doação à União, o Ministério da Saúde deverá assumir a finalização do empreendimento, que está 92% concluído e já consumiu mais de R$ 120 milhões em recursos públicos. O hospital é considerado estratégico para o atendimento de média e alta complexidade na macrorregião.

A previsão é de que o termo definitivo de repasse seja finalizado até o início de 2026. Até lá, as obras permanecem sem previsão de retomada.