PRISÃO DOMICILIAR

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), criticou nesta terça-feira (5/8) a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em redes sociais, Simões afirmou que a medida deve ser aplicada com extrema cautela.

"Não concordo com a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A prisão é o remédio mais amargo do Código Penal e deve ser aplicada com extrema cautela. A decisão do STF só acirra o clima de enfrentamento no país, quando o que precisamos é de diálogo", escreveu o vice-governador.

A declaração acompanha a reação do governador Romeu Zema (Novo), que também se posicionou contra a medida do STF, classificando a decisão como uma "perseguição política" e um "capítulo sombrio" na história. A crítica dos políticos mineiros ocorre em meio ao acirramento de tensões entre o Judiciário e aliados do ex-presidente.

Nessa segunda-feira (4/8), Moraes determinou que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar por ter descumprido medida cautelar imposta no inquérito que investiga o ex-presidente por ter ajudado o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em sua estadia nos Estados Unidos.

Eduardo está nos Estados Unidos desde março, quando se licenciou do cargo para atuar no país estrangeiro em ações contra autoridades brasileiras. De acordo com o ministro, o ex-mandatário teria utilizado redes sociais dos filhos para divulgar conteúdos que atacam o STF e incentivam a interferência estrangeira no Judiciário brasileiro.

Com a nova decisão, Bolsonaro está proibido de sair de casa e só poderá receber visitas com autorização judicial, com exceção de seus advogados. Durante os encontros permitidos, não será permitido o uso de celulares, fotos ou gravações. Também está autorizada a apreensão de aparelhos eletrônicos em posse do ex-presidente. O descumprimento das medidas, segundo Moraes, poderá resultar em prisão preventiva.