O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) criticou o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), por manter um secretariado "quase todo de esquerda". A declaração foi feita em entrevista à "Gazeta do Povo". Tanto Salles, quanto Tarcísio foram ministros no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foram eleitos, em 2022, pela onda bolsonarista, guiada por posições da extrema direita.

“O estado de São Paulo não é um governo de direita. Quase todo o secretariado é de esquerda, com exceção à pasta da Segurança Pública conduzida pelo Guilherme Derrite (PL). Não seremos governados por alguém que se diz de direita e não é. Chega, Acabou”, disparou.

Salles disse ainda que o governo de São Paulo "faz concessões para a esquerda, contrariando os princípios da direita". Ele citou, especificamente, os secretários de Educação, Ricardo Feder; de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab, também presidente do PSD, partido que, para Salles, "é base do governo [Lula] no Congresso Nacional"; e de Cultura, Marília Marton, que age "financiando pautas de esquerda”, segundo o deputado.

“O Tarcísio disse não ser um bolsonarista raiz, e também não é um conservador raiz. Aliás, como a maioria dos militares não são. O Tarcísio tem uma série de medidas em São Paulo bem progressistas. Ele tem claramente uma dificuldade de se aproximar das pessoas de direita, embora ele queira esses votos da direita", acrescentou Salles.

Bolsonaro e a ala ideológica do PL, incluindo Salles, teceram críticas com Tarcísio na última semana pela defesa do governador à reforma tributária, aprovada na Câmara dos Deputados. O ex-presidente possuía posição irredutível à pauta, que diz ser do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também causou irritação ao grupo a proximidade de Tarcísio com integrantes do atual governo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.