O ex-juiz suspeito e hoje senador, Sergio Moro, quando ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, teve um papel tenebroso nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. Um ano depois, quando no governo, ele mandou a Polícia Federal fechar o cerco contra o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, que citou seu chefe à época durante as apurações. 

O porteiro do condomínio onde moravam o ex-policial militar Ronnie Lessa, o assassino, e Jair Bolsonaro, autorizou a ida de um outro envolvido no crime, o ex-sargento da PM Élcio Queiroz, à casa do ex-capitão no dia do crime, no dia 14 daquele mês. A voz que liberou a entrada teria sido a de Jair Bolsonaro, ou, "seu Jair", segundo seu depoimento. 

O mais grave: na delação de Ronnie Lessa tornada pública na sexta-feira (7), ele contou que  a ordem para assassinar Marielle foi dada na manhã do dia do crime. Lessa disse ter recebido uma ligação do ex-sargento da Polícia Militar Edmilson Macalé por volta de 10h e 10h30 da manhã. 

Em meio a esses fatos, a PF, em novembro de 2019, a mando de Moro, pediu a instauração de um inquérito para apurar as circunstâncias da citação ao então ocupante do Palácio do Planalto. 

Com o peso na consciência, Moro veio a público, em março deste ano, tentar sepultar suas ligações com a possível tentativa de obstruir as investigações, chamando a história de "fake news sepultada". 

Mas com o aprofundamento das investigações e o ímpeto do governo do presidente Lula em solucionar o caso que chocou o Brasil e o mundo, Moro, politicamente isolado, pode ter de lidar com mais uma frente de investigações contra si, à medida que seu mandato no senado vai se tornando insustentável. 

Brasi247