O professor não foi à capital federal participar do movimento radical, mas chegou a gravar um vídeo dizendo que a tomada do Congresso ocorreu de "maneira pacífica".
"O fato é que ele, de maneira deliberada, ostensiva e dolosa apoiou as as condutas criminosas levadas a termo contra o Estado brasileiro e suas Instituições no instante em que aconteciam e, fazendo apologia, incentivo e força aos terroristas via compartilhamento nas redes sociais, permitiu que outros celerados continuassem com a caminhada delituosa", protestam. "O Representado (Soares) aderiu e participou, ainda que à distância, das ações ilícitas contra a sociedade democrática e o patrimônio público", emendam.
Reitor enfrenta pressões por saída
A pressão sobre Janir Soares ocorre desde o dia seguinte aos atos golpistas ocorridos em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, de 24 parlamentares eleitos por Minas, um pedido pela exoneração do reitor. O Ministério da Educação (MEC) abriu sindicância para investigar a conduta do dirigente. Há queixas, também, entre a comunidade acadêmica da UFVJM.Nomeado reitor-interventor da UFVJM pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Soares ocupa o cargo desde agosto de 2019. A escolha dele gerou críticas, porque, da lista tríplice enviada ao governo federal, o professor foi o menos votado pela comunidade da instituição. Havia a expectativa pela posse de Gilciano Saraiva Nogueira, o primeiro colocado na relação de opções ofertadas à União.
Em novembro de 2022, o reitor chegou a pedir apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) no fechamento de estradas do estado. A ideia era obstruir as vias e, assim, viabilizar protestos contra o triunfo eleitoral de Lula.
Na semana em que começou a ser alvo de queixas públicas de parlamentares, Soares escreveu, em e-mail enviado ao Estado de Minas, que tinha "consciência" dos direitos que a Constituição Federal garante aos cidadãos.
"Toda acusação deve obedecer o devido processo legal. Digo isso se, de fato, ainda estivermos no Estado Democrático e de Direito", defendeu. "Estamos indignados com a omissão do Congresso Nacional e com o ativismo político do Judiciário perante as eleições de outubro de 2022. Muitas dessas pessoas estiveram, por aproximadamente 68 dias, manifestando em frente a diversos quartéis deste país, pedindo justiça, esclarecimentos, ordem", pontuou.