Juízes, promotores, deputados e senadores ficaram de fora da reforma administrativa enviada pelo governo federal. Como os novos membros dos poderes Judiciário e Legislativo não serão atingidos pelas mudanças propostas, eles manterão benefícios que devem ser extintos para os futuros servidores, como férias maiores de 30 dias, licença-prêmio (direito a três meses de licença para tratar de assuntos de interesse pessoal a cada cinco anos) e adicionais por tempo de serviço.


De acordo com o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, a proposta de emenda constitucional não aborda membros de outros Poderes (como promotores, procuradores, juízes, deputados e senadores), apesar de atingir os servidores, como analistas e técnicos que trabalham para os órgãos desses Poderes. Os militares também ficaram de fora.

“É uma questão de iniciativa. O Executivo não teria competência e possibilidade de iniciativa em uma mudança como essa nos outros poderes”, afirmou.

Para novos servidores dos três Poderes, além dos futuros funcionários de Estados e municípios, a proposta de reforma administrativa prevê a eliminação de licenças-prêmio, aumentos retroativos, férias superiores a 30 dias por ano e adicional por tempo de serviço.

Serão eliminados ainda a aposentadoria compulsória como punição, o pagamento de parcelas indenizatórias sem previsão legal, adicional ou indenização por substituição não efetiva, redução de jornada sem redução de remuneração, salvo em casos de saúde, a progressão ou promoção baseada exclusivamente em tempo de serviço e a incorporação ao salário de valores referentes ao exercício de cargos e funções.


Entre os motivos para a eliminação dos benefícios, o Ministério da Economia cita o distanciamento da realidade dos demais cidadãos, a ausência de regras uniformes e gerais sobre vantagens e benefício, o impacto “injusto” para a sociedade, que onera as contas públicas.