ALMG

O principal objetivo do governo com a privatização da Copasa e da Cemig é melhorar os serviços prestados pelas estatais, e não a arrecadação de recursos, de acordo com o secretário de Estado de Governo, Gustavo Valadares. Ele foi um dos convidados da audiência pública sobre o tema realizada nesta terça-feira (19) pela Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

“A realidade de Minas hoje é tenebrosa, muito ruim. Mas mesmo sendo a realidade de Minas uma realidade financeira muito ruim, eu diria que não é, não temos como primeiro objetivo pós corporação da Cemig e Copasa, a chegada de recurso para que a gente possa investir ou tapar buraco das dívidas que temos (...) esse governo defende corporação pelo dinheiro que vai chegar porque ele tem a convicção de que os serviços prestados pelas duas empresas, especificamente Cemig e Copasa, para com os mineiros, será infinitamente melhor do que o que é prestado hoje”, explicou o chefe da pasta.

A sessão foi convocada pelo bloco de oposição Democracia e Luta com o objetivo de debater o papel da Copasa e da Cemig como prestadoras dos serviços de saneamento e fornecimento de energia elétrica, assim como de avaliar o desempenho das concessionárias, por meio de parâmetros técnicos e da escuta da opinião da população mineira.

Para o deputado Leleco Pimentel (PT), integrante do grupo, a concessão das estatais para a iniciativa privada é mais uma etapa do desmonte promovido pelo governador Romeu Zema (Novo), a quem ele comparou a um inseto.

“Nunca vimos algo tão violento e tão grotesco quanto a destruição das política públicas no estado de Minas Gerais, a ponto de dizer que não existe política pública apontada nem para as mazelas da mobilidade urbana, nem para a habitação, que foi desmanchada no estado de Minas Gerais, Zema é cupim daqueles que corroem tudo, e agora quer colocar o saneamento, quer colocar o direito à eletrificação, o direito a ter luz para a população sob jugo do imperialismo, do capital, e daqueles apaniguados, apadrinhados, que ele com certeza sabe bem defender e sabe representar à frente do governo”, avaliou o parlamentar.

A Constituição do Estado de Minas Gerais prevê que seja realizado um referendo popular para que as duas companhias sejam privatizadas, mas o governo Zema encaminhou à ALMG um projeto de lei – que ainda não está em tramitação – que acaba com essa obrigação.