CPI

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, disse que o líder do governo federal na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), "entende" de desonestidade. A declaração foi dada neste sábado (28/8), após o parlamentar paranaense dizer que o comitê de investigação é acometido de "desonestidade intelectual". Ele acusa o colegiado de ter vazado, a um jornalista, dados relativos às suas finanças - o Senado refuta.
 
"De desonestidade o senhor entende", escreveu Randolfe, no Twitter, no início desta tarde. A mensagem foi acompanhada por um emoji sorridente, para reforçar o tom irônico utilizado pelo senador. 


Minutos antes, pela mesma rede social, Barros subiu o tom contra os senadores por causa de um suposto vazamento de seus dados. Ontem, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 12 horas de prazo para que a CPI explicasse a possível divulgação indevida de informações.

"(A) CPI sofre de desonestidade intelectual. A CPI não dormiu, para responder a ministra Cármen Lúcia, do STF, sobre vazamentos. Contraditei a ela a narrativa mentirosa e sem fundamento. A CPI não teve confirmação de nenhum depoente de suas acusações", pontuou o líder do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Barros acionou o STF alegando ter sido procurado por um jornalista, que teria visto alguns de seus dados fiscais por meio de um relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O documento está em posse da CPI e, visto que o deputado é um dos investigados, teria sido vazado.

Segundo a "CNN Brasil", o Senado já enviou defesa à Suprema Corte, garantindo que informações sigilosas não foram divulgadas.

Em nova peça enviada ao STF, neste sábado, Barros sustenta que apenas "muita ingenuidade" é capaz de frear o pensamento de que o vazamento não partiu da CPI.

"Sobretudo, considerando o histórico de diversos vazamentos de dados sigilosos para a imprensa até o momento", defendeu.


Deputado é investigado e terá que depor de novo


Ricardo Barros prestou depoimento à CPI em 12 de agosto. A reunião, no entanto, acabou encerrada precocemente pelo presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), após o deputado afirmar que a comissão dificultou a busca do país por vacinas.

Incluído no rol de investigados, Barros precisará comparecer novamente ao Senado Federal, agora como convocado - e não mais na condição de convidado.

Em junho, quando discorreu sobre as possíveis ilicitudes nos tratos para a aquisição da Covaxin, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) revelou ter alertado Bolsonaro sobre as suspeitas. Segundo ele, foi na conversa a respeito do tema que o nome do deputado pelo Paraná surgiu. O irmão de Miranda, Luis Ricardo, é servidor de carreira da Saúde.