O senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR) um requerimento para que o órgão investigue a instabilidade no Portal da Transparência. O endereço eletrônico que registra os gastos do governo saiu do ar na noite de terça-feira (26) e ficou inacessível por horas. No mesmo período, outros sites do mesmo domínio continuaram no ar, como o endereço central, gov.br, também mantido pelo governo.

A queda do site ocorre no momento em que o governo está sendo criticado pelo gasto de R$ 1,8 bilhão em compras para abastecer a Presidência, ministérios e demais órgãos ligados ao governo federal, como as universidades. Do valor total, R$ 15 milhões foi destinado a compra de leite condensado. Outros R$ 2 milhões foram usados para adquirir chicletes.

O senador destacou que os preços parecem exorbitantes e que os mecanismos de transparência devem permanecer funcionando. "Sabemos que o Brasil é um país grande e que o custo de vida varia bastante de acordo com a região, mas os preços ali praticados não se justificam", pondera. "E tudo fica pior quando o instrumento criado para fiscalizar a administração pública sai do ar justamente no dia da divulgação dos gastos astronômicos da Presidência da República", afirmou Randolfe.

Na primeira vez em que falou sobre o assunto, nesta quinta-feira (27), em uma churrascaria, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o leite condensado "é para enfiar no rabo da imprensa". O vice-presidente, Hamilton Mourão, declarou que as compras são destinadas a diversos órgãos da administração pública.