Seus detratores dizem que ele já foi expulso de três países, que pertence a uma conspiração do PSOL e, como se fosse uma ofensa, o chamam de “Verdevaldo”, alcunha que se propõe a traduzir para o português o sobrenome do Glenn Greenwald. Mas quanto mais falam mal, mais colocam em evidência o nome do jornalista que abriu a caixa de Pandora que guarda as mensagens nada “normais” entre o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato. E, ao contrário do que gostariam os envolvidos, ninguém para de falar no assunto.

Ao expor casos explícitos de parcialidade da Justiça, Greenwald e seu Intercept incorreram na fúria de um dos lados do país, que hoje tem lados. E é sofrendo perseguições, sendo investigado (ou não) pela Polícia Federal e o Coaf, blindado (ou não) pela Rede, que ele se mantém sob os holofotes, se projeta e não sai do noticiário. Desde o dia 9 de junho, quando saíram as primeiras revelações da Vaza Jato, não se fala em outra coisa no país. E no mundo inteiro, é claro, já que a imprensa internacional está de olho na nova descoberta do cara que enfrentou a NSA americana no caso Snowden. 

Mais uma vez, ele está à frente de um grande furo jornalístico. Escorado por pelo menos três grandes veículos, a Folha de São Paulo, a Veja e a Bandeirantes de Reinaldo Azevedo, Glenn Greenwald está a caminho do segundo Prêmio Pullitzer. 

Em meio ao sumiço misterioso de seu alvo principal, Sérgio Moro, o jornalista vai ao Senado e dispara carga pesada: diz que o ministro da Justiça cria um clima de ameaça à imprensa, que não tem medo e que continuará publicando novos vazamentos. Os admiradores de Moro não gostaram, é claro. Mas nada podem fazer. Se criticarem, questionarem ou criarem qualquer escaramuça ao Verdevaldo – esse apelido vai pegar – aí é que o assunto não cala mesmo.