ALIANÇAS

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem causado desconforto entre lideranças de seu partido, o PSD, pela forma como reitera apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O capítulo mais recente foi nesta sexta-feira (25), em Uberaba, na abertura da Safra Mineira de Açúcar e Etanol.

Durante sua fala no evento, Silveira não poupou elogios a Lula, chegando a repetir o nome do presidente por 17 vezes. O tom enfático foi repetido a uma plateia repleta de críticos do governo, incluindo o próprio presidente do PSD, Gilberto Kassab, para quem o petista vem “repetindo erros” do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apesar de ser do PSD, Alexandre Silveira é considerado um ministro da “cota pessoal” do presidente Lula. Mesmo enfrentando resistências entre alguns quadros da legenda, corre pouco risco de ser afetado por uma reforma ministerial pela proximidade que passou a ter com o presidente. Silveira ainda tem boa relação com a primeira-dama, Janja da Silva.

Um eventual apoio do PSD a Lula, como prega Silveira, passa diretamente pela decisão de Kassab. Internamente, ele já indicou interlocutores que não vê o presidente chegando às eleições de 2026 com a mesma força de 2022, quando venceu Bolsonaro de forma apertada.

Além disso, o PSD tem nomes que almejam disputar o Palácio do Planalto. O principal deles é o governador do Paraná, Ratinho Júnior, aliado de Bolsonaro. O partido também sonha em atrair o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que também se coloca como um possível candidato à Presidência da República.

O partido ainda é um aliado de primeira hora do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), gestão da qual Kassab é secretário de Governo e Relações Institucionais.Tarcísio é uma das principais vozes da oposição é visto como um candidato natural ao Planalto caso seja mantida a inelegibilidade de Bolsonaro.

Por outro lado, o PSD tem mais dois ministros no governo Lula: Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e André de Paula (Pesca). Ainda assim, sigla pleiteia mis espaço na Esplanada, por considerar a pasta da Pesca inexpressiva. Lula quer organizar os cargos no governo já pensando em alianças para 2026.