VISTO CANCELADO

A presidente nacional do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Paula Coradi, anunciou na sexta-feira (26/9) que teve o visto para os Estados Unidos cancelado. De acordo com a sigla, a notificação oficial foi feita nesta data, após um comunicado inicial enviado na segunda-feira (22/9).

Coradi classificou a medida como uma retaliação política do governo de Donald Trump à atuação do PSOL em defesa da soberania do Brasil. “Se pensam que vão nos intimidar com essas medidas tacanhas, esses fascistas estão muito enganados”, escreveu a dirigente em suas redes sociais.

Segundo o partido, o consulado norte-americano informou que a decisão foi tomada após obter “informações que a tornaria inelegível para entrar no país”. A dirigente teve três dias úteis para apresentar explicações, mas, mesmo após enviar resposta na quinta-feira (25), o cancelamento foi confirmado nesta sexta.

Em nota, o PSol repudiou a decisão, classificando-a como uma ação de perseguição e intimidação. “O partido se solidariza com sua presidenta e reafirma seu compromisso com a defesa da democracia, da soberania nacional e da luta contra políticas arbitrárias de governos estrangeiros”, diz o comunicado.

A medida ocorre em meio a uma escalada de tensões entre Washington e Brasília. Além de impor tarifas a produtos brasileiros, a gestão Trump tem cancelado vistos de autoridades brasileiras. Nesta semana, foram atingidos o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O governo norte-americano alega motivos ligados a processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e supostas violações à liberdade de expressão.