O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, recusou qualquer envolvimento do governo na operação da Polícia Federal (PF) contra aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. A operação da PF realizou mandados de prisão e busca e apreensão relacionados a desvios em contratos de compra de kits de robótica com recursos do FNDE. Pimenta afirmou que a PF apenas cumpre as determinações do poder judiciário e não possui influência sobre as decisões nessa esfera. 

"Com relação ao episódio de ontem, o importante é que fique claro que é um tema que está no âmbito do poder judiciário, que a Polícia Federal, na realidade, é só o braço que executa a determinação do poder judiciário, que efetivamente não existe qualquer possibilidade de controle, acompanhamento ou influência do poder Executivo num assunto que não diz respeito a essa esfera", afirmou o ministro, em entrevista à Globonews.

No entanto, de acordo com informações do jornalista Lauro Jardim, Lira “passou o dia de ontem ‘espumando de raiva’ com a operação da PF que teve como alvo Luciano Ferreira, seu ex-assessor. Lira não admitiu em público o golpe ("Nada tenho a ver com essa operação", disse), mas o seu entorno não tem a menor dúvida de que o troco virá”, destaca trecho da reportagem.

Durante as buscas, foi encontrada uma quantia de pelo menos R$ 4,4 milhões em um cofre superlotado com dinheiro vivo em um endereço em Maceió vinculado a um policial civil. No mesmo dia, Lira conversou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, em busca de mais informações sobre a operação e sua relação com os acontecimentos políticos.

Aliados de Lira alegam que a operação foi uma retaliação do governo federal, após os recentes embates em torno da medida provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios.