ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

A Polícia Federal (PF) notificou o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro (PL), Anderson Torres, a devolver os salários que recebeu no período em que ficou preso. Segundo a CNN Brasil, o processo administrativo estipula um valor total de R$ 120 mil a serem ressarcidos pelo também ex-secretário de segurança do Distrito Federal (DF). 

Torres ficou preso por quase quatro meses, entre janeiro e maio. Ele é investigado por envolvimento nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, quando ocupava o cargo no governo do DF que era responsável pela proteção da praça dos Três Poderes, sendo suspeito de omissão.

Torres era delegado da Polícia Federal e acumulava um salário mensal na casa dos R$ 30 mil. De acordo com o jornal “O Globo”, a decisão da PF se baseia em uma nota técnica de 2013, do Ministério do Planejamento, que prevê a suspensão de pagamentos em caso de prisão preventiva. 
 
A defesa do ex-ministro chegou a afirmar que tomará as medidas cabíveis para evitar possíveis abusos. 

Torres na CPMI

Anderson Torres entrou na mira da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Segundo a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o depoimento é fundamental e será uma prioridade após o recesso parlamentar.

A oitiva de Anderson Torres pode ter duas frentes importantes para o trabalho da CPMI. A primeira segue a linha do plano de trabalho, que prevê a investigação de fatos anteriores ao 8 de janeiro. A segunda é sobre a atuação do aliado de Bolsonaro como secretário de Segurança do Distrito Federal, cargo que ele ocupou durante o ataque aos Três Poderes.