247 – O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, denunciou em entrevista, publicada pela própria entidade, a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 472/2025, de autoria do deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A proposta prevê criminalizar críticas ao Estado de Israel, associando-as ao antissemitismo, o que, segundo Rabah, configura uma tentativa de impor uma "mordaça sionista" no Brasil.

Em seu depoimento, Ualid Rabah foi contundente ao criticar Pazuello: "Agora está tramitando no Congresso Nacional, por iniciativa do general Pazuello, o pior ministro da saúde de todos os tempos, sionista militante da pior espécie, feito deputado federal, lamentavelmente, pelo Rio de Janeiro, deveria estar preso, porque é bandido, não deputado, nem general, aliás, talvez o pior general da história humana".

O projeto de lei, conforme explica Rabah, visa punir "qualquer atitude de forma direta ou velada que questionar o Estado de Israel ou minimize a gravidade do holocausto". De acordo com a denúncia, o texto se apoia no conceito ampliado de antissemitismo formulado pela Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês), que classifica críticas ao sionismo e ao regime israelense como formas de antissemitismo.

"Ele mistura questionar o Estado de Israel com minimizar o holocausto, porque ele quer que o Brasil adote o conceito ampliado de, aspas, antissemitismo, da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, que define, por exemplo, condenar o sionismo como ideologia racista e colonial, como antissemitismo, e qualquer crítica ao regime israelense como a negação ao, aspas, povo judeu a ter o seu Estado ou o seu governo e, portanto, antissemitismo", afirmou Rabah.

Segundo o presidente da Fepal, caso o projeto avance, denúncias contra o atual genocídio na Palestina seriam tratadas como crimes, o que ele considera uma violação gravíssima da liberdade de expressão e de consciência política no país. "Essa entrevista, portanto, seria nesse conceito antissemitismo", alertou.

Rabah comparou ainda o atual momento à repressão política durante o Estado Novo, sob o governo de Getúlio Vargas, quando resistências ao nazismo eram reprimidas: "É como se, durante o governo Getúlio Vargas, houvesse um PL, por um pazuelo daquele momento, e havia os pazuelos daquele momento, condenando quem reagisse ao nazismo, ao pretexto de negar ao povo alemão o seu Estado, ou negar ao povo alemão a ideologia nazista classificada tal qual o pazuelo classifica o sionismo".

Ele criticou duramente a tentativa de reverter conceitos históricos de opressão colonial e racial: "Então, o Apartheid teria sido um movimento de autodeterminação. A presença colonial britânica na Índia teria sido um movimento de autodeterminação inglesa na Índia, e os indianos não entenderam".

Diante desse cenário, Ualid Rabah anunciou que a Fepal iniciará uma campanha contra o PL 472/2025, classificando a iniciativa de Pazuello como "fascista, totalitária e nazista". "Nós vamos iniciar uma campanha para combater essa iniciativa fascista, totalitária e nazista desse falso deputado federal, desse falso general, do pior ministro da saúde da história humana, o general Pazuello, esse picareta tornado deputado", afirmou.

Ao final de sua declaração, Rabah manifestou confiança de que a mobilização popular conseguirá reverter o avanço do projeto e responsabilizar Pazuello: "Se Deus quiser, o colocaremos ainda na cadeia, que é o lugar deste bandido".