array(31) {
["id"]=>
int(131092)
["title"]=>
string(81) "Patrus celebra trato por R$ 1,5 bi a cidades: 'Sem burocracia e papelada'"
["content"]=>
string(9710) "TRAGÉDIA DE BRUMADINHO
Governo de Minas Gerais e Assembleia Legislativa encerraram, nesta terça-feira (6/7), impasse de duas semanas que travava a votação de projeto de lei sobre a destinação de R$ 11 bilhões dos R$ 37,68 bilhões pagos pela Vale por causa da tragédia de Brumadinho. Deputados estaduais desejavam repassar, via transferência direta, R$ 1,5 bilhão da indenização aos 853 municípios mineiros, dividindo a quantia conforme critérios populacionais. O Executivo, por seu turno, queria a assinatura de convênios para regular os envios.
Prevaleceu a ideia dos parlamentares, em acordo firmado pelos poderes. O presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), celebra o consenso.
A transferência direta foi defendida por deputados como método que acelera a chegada dos recursos aos cidadãos. Ao Estado de Minas, Patrus ressalta a importância da ajuda às cidades em tempos de COVID-19.
“Será transferência especial, diretamente aos municípios, da forma como foi estabelecido pela Assembleia: por habitante. É a forma mais democrática. Ele (o repasse) será feito sem burocracia e a necessidade de papelada ou de o prefeito se deslocar do interior (para BH)”, diz.
Os R$ 11 bilhões analisados pelo Legislativo vão entrar no orçamento estadual como crédito extraordinário. Por isso, o aval dos deputados é necessário.
A gestão de Romeu Zema (Novo) prevê utilizar o dinheiro em obras como o Rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A conclusão de hospitais regionais e intervenções em estradas interior afora também estão previstas.
O socorro aos municípios foi sugerido pelos deputados. Órgãos de controle, como o Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG), vão fiscalizar os gastos.
O acordo da gestão estadual com a Vale, firmado em fevereiro, teve chancela judicial. Nessa segunda-feira (5/7), Zema se reuniu com representantes de entidades como o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Defensoria Pública Estadual, que participaram das negociações com a mineradora.
Depois da rodada de conversas, Patrus foi procurado para auxiliar nas tratativas. Nesta terça, então, reunião na sede do Legislativo deu “sinal verde” às transferências diretas.
A Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luisa Barreto, foi uma das presentes ao encontro.
“Estamos pegando R$ 1,5 bilhão e dividindo por quase 22 milhões de habitantes. Cada cidadão mineiro vai receber um pouquinho desse dinheiro que nos causa até tristeza. É o recurso da morte de 272 pessoas. Temos sempre que nos lembrar disso”, ressalta o presidente do Legislativo.
Apresentação de PEC
Em meio ao embaraço, deputados chegaram a apresentar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir que recursos extraordinários que entrassem nos cofres públicos pudessem ser distribuídos por transferências especiais. A ideia era, justamente, destravar a ratificação do acordo e permitir o apoio aos municípios.
A alteração à lei máxima do Estado, aprovada em primeiro turno nesta terça, deixou descontentes deputados estaduais do Novo. Guilherme da Cunha, por exemplo, chegou a citar postagens de cidadãos que associaram a rapidez na tramitação da PEC – apresentada na semana passada – a supostos interesses eleitorais de Patrus.
“Aqueles antigos defensores do enfrentamento – que criaram, em sua trajetória, a linha do enfrentamento – são uma minoria tão irrisória que não merecem nosso comentário”, rebate o filiado ao PV.
O texto sobre o acordo com a Vale depende de aval da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) para estar pronto para a votação em plenário, em turno único.
Amanhã, o colégio de líderes da Assembleia vai se reunir para acertar as bases do retorno da tramitação. O EM apurou que a expectativa é que o destino dos R$ 11 bilhões seja analisado pelos 77 deputados na quarta-feira da semana que vem (14/7), antes do recesso de meio de ano.
A PEC das transferências diretas, por seu turno, deve ser analisada em segundo turno na segunda (13/7). A promulgação ocorrerá um dia depois.
Os repasses aos municípios passarão a constar no acordo judicial com a Vale por meio de ata da reunião desta terça-feira. O documento vai detalhar a decisão tomada no encontro.
Minientrevista: Agostinho Patrus (PV), presidente da Assembleia de MG
Como foi a construção para acordar a transferência direta de R$ 1,5 bilhão aos municípios?
Vimos, ontem, que o governo tentou entendimento junto aos compromitentes. No final do dia, como não havia acordo, fui procurado para que pudesse fazer uma reunião, não só com o governo do estado, mas com os compromitentes, para buscar um entendimento. O que a Assembleia está dizendo é que seja uma transferência especial, mas que tenha os devidos controles, como é a preocupação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público Estadual (MPMG). Vamos colocar na lei, por sugestão do MPF e do MPMG, aqueles itens em que os recursos não podem ser utilizados, para que nenhum prefeito tenha dúvida sobre a alocação desses recursos. Vamos, também, trazer algumas sugestões dentro do que já foi dito, de que só pode ser gasto o que está sendo citado no acordo com a Vale. Os prefeitos vão informar a conta (para depósito), que vai ser específica. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) vai atuar como órgão acessório da Assembleia na fiscalização. O MPMG e o MPF também terão a sua atuação, como em qualquer recurso público. Será transferência especial, que acontecerá diretamente aos municípios, da forma como foi estabelecido pela Assembleia: por habitante. Ou seja: cada habitante mineiro vai receber determinado valor, que é a forma mais democrática. Ele será feito sem burocracia e a necessidade de papelada ou de o prefeito se deslocar do interior.
Originalmente, a transferência de recursos aos municípios não constava no acordo com a Vale. Por que repassar parte da verba às 853 cidades?
Estamos pegando R$ 1,5 bilhão e dividindo por quase 22 milhões de habitantes. Cada cidadão mineiro vai receber um pouquinho desse dinheiro que nos causa até tristeza. É o recurso da morte de 272 pessoas. Temos sempre que nos lembrar disso. A Assembleia aprovou projeto em que em cada uma das obras e intervenções tem que constar que o recurso foi conseguido por meio do acordo com a Vale e o nome de todas as vítimas. Não podemos esquecer que esse recurso veio de um crime; de algo que matou pessoas, trouxe destruição e tantos problemas a Minas Gerais.
Nesta terça-feira, durante o primeiro turno da PEC sobre transferências especiais, deputados do Novo questionaram o tempo para a votação do acordo com a Vale. Como fica a relação com a base do governador?
Não é relação com a base. É relação com o partido Novo. Dois deputados (Guilherme da Cunha e Laura Serrano) se pronunciaram (contra a PEC). A votação foi 70 a 3 (com um voto em branco), o que demonstra que, majoritariamente, a Assembleia caminha em um sentido. Aqueles antigos defensores do enfrentamento – que criaram, em sua trajetória, a linha do enfrentamento – são uma minoria tão irrisória que não merecem nosso comentário.
"
["author"]=>
string(29) " Guilherme Peixoto /em.com.br"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(581379)
["filename"]=>
string(19) "agustinhopatrus.jpg"
["size"]=>
string(5) "23346"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(5) "site/"
}
["image_caption"]=>
string(128) "Presidente da ALMG, Agostinho Patrus, celebra o fim do impasse em torno de verba a municípios(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(185) "Presidente da Assembleia Legislativa conduziu reunião que firmou acordo com o Estado para viabilizar transferência direta de recursos aos 853 municípios de MG
"
["author_slug"]=>
string(27) "guilherme-peixoto-em-com-br"
["views"]=>
int(218)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(0)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(69) "patrus-celebra-trato-por-r-1-5-bi-a-cidades-sem-burocracia-e-papelada"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(431)
["name"]=>
string(9) "Política"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(8) "politica"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-07-06 21:07:34.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-07-07 12:08:48.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2021-07-07T12:00:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(24) "site/agustinhopatrus.jpg"
}
TRAGÉDIA DE BRUMADINHO
Governo de Minas Gerais e Assembleia Legislativa encerraram, nesta terça-feira (6/7), impasse de duas semanas que travava a votação de projeto de lei sobre a destinação de R$ 11 bilhões dos R$ 37,68 bilhões pagos pela Vale por causa da tragédia de Brumadinho. Deputados estaduais desejavam repassar, via transferência direta, R$ 1,5 bilhão da indenização aos 853 municípios mineiros, dividindo a quantia conforme critérios populacionais. O Executivo, por seu turno, queria a assinatura de convênios para regular os envios.
Prevaleceu a ideia dos parlamentares, em acordo firmado pelos poderes. O presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), celebra o consenso.
A transferência direta foi defendida por deputados como método que acelera a chegada dos recursos aos cidadãos. Ao Estado de Minas, Patrus ressalta a importância da ajuda às cidades em tempos de COVID-19.
“Será transferência especial, diretamente aos municípios, da forma como foi estabelecido pela Assembleia: por habitante. É a forma mais democrática. Ele (o repasse) será feito sem burocracia e a necessidade de papelada ou de o prefeito se deslocar do interior (para BH)”, diz.
Os R$ 11 bilhões analisados pelo Legislativo vão entrar no orçamento estadual como crédito extraordinário. Por isso, o aval dos deputados é necessário.
A gestão de Romeu Zema (Novo) prevê utilizar o dinheiro em obras como o Rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A conclusão de hospitais regionais e intervenções em estradas interior afora também estão previstas.
O socorro aos municípios foi sugerido pelos deputados. Órgãos de controle, como o Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG), vão fiscalizar os gastos.
O acordo da gestão estadual com a Vale, firmado em fevereiro, teve chancela judicial. Nessa segunda-feira (5/7), Zema se reuniu com representantes de entidades como o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Defensoria Pública Estadual, que participaram das negociações com a mineradora.
Depois da rodada de conversas, Patrus foi procurado para auxiliar nas tratativas. Nesta terça, então, reunião na sede do Legislativo deu “sinal verde” às transferências diretas.
A Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luisa Barreto, foi uma das presentes ao encontro.
“Estamos pegando R$ 1,5 bilhão e dividindo por quase 22 milhões de habitantes. Cada cidadão mineiro vai receber um pouquinho desse dinheiro que nos causa até tristeza. É o recurso da morte de 272 pessoas. Temos sempre que nos lembrar disso”, ressalta o presidente do Legislativo.
Apresentação de PEC
Em meio ao embaraço, deputados chegaram a apresentar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir que recursos extraordinários que entrassem nos cofres públicos pudessem ser distribuídos por transferências especiais. A ideia era, justamente, destravar a ratificação do acordo e permitir o apoio aos municípios.
A alteração à lei máxima do Estado, aprovada em primeiro turno nesta terça, deixou descontentes deputados estaduais do Novo. Guilherme da Cunha, por exemplo, chegou a citar postagens de cidadãos que associaram a rapidez na tramitação da PEC – apresentada na semana passada – a supostos interesses eleitorais de Patrus.
“Aqueles antigos defensores do enfrentamento – que criaram, em sua trajetória, a linha do enfrentamento – são uma minoria tão irrisória que não merecem nosso comentário”, rebate o filiado ao PV.
O texto sobre o acordo com a Vale depende de aval da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) para estar pronto para a votação em plenário, em turno único.
Amanhã, o colégio de líderes da Assembleia vai se reunir para acertar as bases do retorno da tramitação. O EM apurou que a expectativa é que o destino dos R$ 11 bilhões seja analisado pelos 77 deputados na quarta-feira da semana que vem (14/7), antes do recesso de meio de ano.
A PEC das transferências diretas, por seu turno, deve ser analisada em segundo turno na segunda (13/7). A promulgação ocorrerá um dia depois.
Os repasses aos municípios passarão a constar no acordo judicial com a Vale por meio de ata da reunião desta terça-feira. O documento vai detalhar a decisão tomada no encontro.
Minientrevista: Agostinho Patrus (PV), presidente da Assembleia de MG
Como foi a construção para acordar a transferência direta de R$ 1,5 bilhão aos municípios?
Vimos, ontem, que o governo tentou entendimento junto aos compromitentes. No final do dia, como não havia acordo, fui procurado para que pudesse fazer uma reunião, não só com o governo do estado, mas com os compromitentes, para buscar um entendimento. O que a Assembleia está dizendo é que seja uma transferência especial, mas que tenha os devidos controles, como é a preocupação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público Estadual (MPMG). Vamos colocar na lei, por sugestão do MPF e do MPMG, aqueles itens em que os recursos não podem ser utilizados, para que nenhum prefeito tenha dúvida sobre a alocação desses recursos. Vamos, também, trazer algumas sugestões dentro do que já foi dito, de que só pode ser gasto o que está sendo citado no acordo com a Vale. Os prefeitos vão informar a conta (para depósito), que vai ser específica. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) vai atuar como órgão acessório da Assembleia na fiscalização. O MPMG e o MPF também terão a sua atuação, como em qualquer recurso público. Será transferência especial, que acontecerá diretamente aos municípios, da forma como foi estabelecido pela Assembleia: por habitante. Ou seja: cada habitante mineiro vai receber determinado valor, que é a forma mais democrática. Ele será feito sem burocracia e a necessidade de papelada ou de o prefeito se deslocar do interior.
Originalmente, a transferência de recursos aos municípios não constava no acordo com a Vale. Por que repassar parte da verba às 853 cidades?
Estamos pegando R$ 1,5 bilhão e dividindo por quase 22 milhões de habitantes. Cada cidadão mineiro vai receber um pouquinho desse dinheiro que nos causa até tristeza. É o recurso da morte de 272 pessoas. Temos sempre que nos lembrar disso. A Assembleia aprovou projeto em que em cada uma das obras e intervenções tem que constar que o recurso foi conseguido por meio do acordo com a Vale e o nome de todas as vítimas. Não podemos esquecer que esse recurso veio de um crime; de algo que matou pessoas, trouxe destruição e tantos problemas a Minas Gerais.
Nesta terça-feira, durante o primeiro turno da PEC sobre transferências especiais, deputados do Novo questionaram o tempo para a votação do acordo com a Vale. Como fica a relação com a base do governador?
Não é relação com a base. É relação com o partido Novo. Dois deputados (Guilherme da Cunha e Laura Serrano) se pronunciaram (contra a PEC). A votação foi 70 a 3 (com um voto em branco), o que demonstra que, majoritariamente, a Assembleia caminha em um sentido. Aqueles antigos defensores do enfrentamento – que criaram, em sua trajetória, a linha do enfrentamento – são uma minoria tão irrisória que não merecem nosso comentário.