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Em entrevista à revista Crusoé, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro indicou que o presidente Jair Bolsonaro não vetou dois pontos do projeto anticrime para proteger o filho, o senador Flávio Bolsonaro, investigado.
De acordo com o ex-juiz, as restrições à decretação de prisão preventiva e a acordos de colaboração premiada batem de frente com o discurso contra a corrupção defendidos por Bolsonaro durante campanha eleitoral. Moro também apontou como incoerente, comparando com falas de Bolsonaro ainda quando presidenciável, fazer alianças com parlamentares do centrão. Para ele, os acordos têm como barrar um pedido de impeachment no Congresso.
"Me chamou a atenção um fato quando o projeto anticrime foi aprovado pelo Congresso. Infelizmente houve algumas alterações no texto que acho que não favorecem a atuação da Justiça criminal. Tirando a questão do juiz de garantias, houve restrições à decretação de prisão preventiva e também restrições a acordos de colaboração premiada. Propusemos vetos, e me chamou a atenção o presidente não ter acolhido essas propostas de veto, especialmente se levarmos em conta o discurso dele tão incisivo contra a corrupção e a impunidade. Limitar acordos e prisão preventiva bate de frente com esse discurso. Isso aconteceu em dezembro de 2019, mesmo mês em que foram feitas buscas relacionadas ao filho do presidente", afirmou Moro à revista.
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DECLARAÇÃO
Em entrevista à revista Crusoé, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro indicou que o presidente Jair Bolsonaro não vetou dois pontos do projeto anticrime para proteger o filho, o senador Flávio Bolsonaro, investigado.
De acordo com o ex-juiz, as restrições à decretação de prisão preventiva e a acordos de colaboração premiada batem de frente com o discurso contra a corrupção defendidos por Bolsonaro durante campanha eleitoral. Moro também apontou como incoerente, comparando com falas de Bolsonaro ainda quando presidenciável, fazer alianças com parlamentares do centrão. Para ele, os acordos têm como barrar um pedido de impeachment no Congresso.
"Me chamou a atenção um fato quando o projeto anticrime foi aprovado pelo Congresso. Infelizmente houve algumas alterações no texto que acho que não favorecem a atuação da Justiça criminal. Tirando a questão do juiz de garantias, houve restrições à decretação de prisão preventiva e também restrições a acordos de colaboração premiada. Propusemos vetos, e me chamou a atenção o presidente não ter acolhido essas propostas de veto, especialmente se levarmos em conta o discurso dele tão incisivo contra a corrupção e a impunidade. Limitar acordos e prisão preventiva bate de frente com esse discurso. Isso aconteceu em dezembro de 2019, mesmo mês em que foram feitas buscas relacionadas ao filho do presidente", afirmou Moro à revista.