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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta quinta-feira (7) que a agenda de projetos da Casa não deve mudar com a entrada dos partidos do chamado "centrão" (como PP e PL) na base do governo. As informações foram ditas em transmissão ao vivo organizada pelo banco Santander.
 
"Eu não acho que esses partidos, os que estão no governo, os que não foram para o governo, como o PMDB (MDB), PSDB, DEM, PPS, Solidariedade, vão mudar a sua agenda porque uma parte resolveu formar uma base do governo e outra não. Pelo contrário, eu acho que é uma decisão de cada um. O importante é que todos continuam com a mesma agenda", disse. 
 
Nos últimos meses, o presidente Jair Bolsonaro tem se aproximado de partidos do "centrão" para formar uma base no Congresso e conseguir articular aprovações de matérias de interesse do governo. O Palácio do Planalto também já está de olho na sucessão de Rodrigo Maia, que fica no cargo até o começo do ano que vem. 


Para isso, o governo prometeu cargos por apoio - algo já amplamente condenado pelo presidente. A aliança foi marcada com a nomeação de novo diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), órgão com orçamento de R$ 1,09 bilhão ligado ao Ministério de Desenvolvimento Regional. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da última quarta-feira (6). 


O novo diretor, Fernando Marcondes de Araújo Leão, foi indicado por um partido do centrão. Ele é filiado ao PTB, de Roberto Jefferson, por 32 anos, desde 1988, tendo saído no último dia 16 de abril. Em março, ele se filiou ao Avante. A filiação foi processada no dia que saiu do PTB.


Maia avalia como positiva a formação de uma base pelo governo federal. Para ele, essa relação é positiva, porque facilita o diálogo com outros parlamentares e com a presidência da Câmara. O democrata afirmou que desde o início do governo, ele é cobrado por ações que não são atribuições do presidente da Câmara. 


"É bom que o governo tenha um líder que consiga articular um número de partidos, um número de votos, que somado com aqueles que tenha convergência histórica com a pauta mais liberal na economia do ministro Paulo Guedes, se forma uma maioria para votar as matérias relevantes", disse.

Conforme o presidente, o governo estava com dificuldades com questões simples, como verificação de votação das matérias de interesse. "Porque a liderança do PSL é do grupo que não ficou no governo. O governo só tem a liderança do governo, só que liderança não pode pedir verificação das matérias, não pode obstruir as votações. Então, ter uma base é fundamental, e com partidos que tenha influência e experiência no Parlamento", pontuou.
 
Para Maia, ainda não se sabe qual será a agenda pós-pandemia, mas ressaltou que as reformas "terão outro tamanho e outra dimensão".