Do UOL, em São Paulo

O papa Francisco abençoou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pediu ao petista que reze por ele, segundo mensagem divulgada nesta quinta-feira (2) pela assessoria de imprensa de Lula.

Uma foto do recado foi publicada nas redes sociais do presidente. Escrita em espanhol, a frase diz: "A Luiz Inácio Lula da Silva, com minha bênção e pedindo-lhe que reze por mim".

O pontífice se reuniu hoje com o ex-chanceler Celso Amorim, que exerceu o cargo nos mandatos de Lula, ao lado dos ex-ministros Alberto Fernández (Argentina) e Carlos Ominami (Chile). O UOL telefonou e enviou e-mail para a Nunciatura Apostólica no Brasil, missão diplomática da Santa Sé, para saber o assunto da audiência e quando ela foi marcada, mas não teve resposta até o momento.

Em vídeo divulgado no site do ex-presidente após a reunião, Amorim disse que Francisco escreveu sua mensagem em um exemplar do livro "A Verdade Vencerá", que reúne entrevistas dadas por Lula.

"No final, ele nos abençoou, escreveu uma mensagem espiritual para o presidente Lula no livro que eu havia trazido para ele. Mas deixei um outro e estou levando esse de volta", relatou o ex-ministro.

Segundo Amorim, o papa tem acompanhado a situação de Lula "com interesse e com preocupação".

Divulgação/PT
Amorim entrega ao Papa um exemplar do livro "A verdade vencerá"

Em junho, o advogado argentino Juan Grabois levou a Lula um terço abençoado pelo papa. Inicialmente, o episódio foi divulgado nas redes sociais do ex-presidente como "Papa Francisco envia terço a Lula". Depois, o Vaticano divulgou duas notas sobre o assunto. A primeira dizia que o papa não havia enviado o terço a Lula, mas apenas abençoado o objeto. Na segunda, a informação era apenas de que Grabois levou a Lula um terço abençoado por Francisco. O texto nas redes sociais de Lula foi alterado "diante de informações contraditórias", disse na época a assessoria do ex-presidente.

Lula está preso há quase quatro meses em Curitiba, cumprindo pena pela condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no chamado caso do tríplex, da Operação Lava Jato. Sua defesa tenta reverter a condenação nos tribunais superiores, e afirma que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente.

Em tese, a condenação deixa Lula inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa, mas o PT afirma que vai registrá-lo como candidato a presidente nas eleições deste ano. A legalidade da candidatura depende de uma análise da Justiça Eleitoral.

Mesmo preso e potencialmente inelegível, Lula lidera as pesquisas de intenção em voto nos cenários em que seu nome é apresentado aos entrevistados. Sem Lula, o líder é o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL.