"O ex-comissário Antonio Palocci foi capaz de conflitar consigo mesmo", escreve o jornalista Elio Gaspari, em sua coluna publicada neste domingo, ao comentar os argumentos apresentados pelo advogado Eros Grau, contratado pela família de Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça. 

"Em sua delação premiada, ele disse que em 2009 foi contratado por Marcio Thomaz Bastos para ajudar no desmonte da Operação Castelo de Areia, na qual a empreiteira Camargo Corrêa estava enterrada até ao pescoço. Recebeu um capilé de R$ 1,5 milhão. Como o escritório de consultoria de Palocci era capaz de tudo, sua palavra podia valer alguma coisa", escreve o jornalista.

"Grau mostrou, documentadamente, que o contrato de Thomaz Bastos com Palocci referia-se a serviços de assessoria nas negociações para a compra das Casas Bahia pelo Grupo Pão de Açúcar. Mais: o próprio Palocci deu essa explicação ao Ministério Público em 2011, que resultou no arquivamento de um processo. Aquilo que em 2011 foi um serviço para o Pão de Açúcar, em 2018 virou uma propina da Camargo Corrêa", conclui Gaspari.