CONGRESSO NACIONAL

No dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar a liberdade de imprensa e ordenou uma jornalista a calar a boca, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou as tentativas de cerceamento do jornalismo.


“A COVID, as mortes e os reflexos sobre o país, embora possam aflorar maus sentimentos, impõem absoluta necessidade de união em torno de soluções. Parte fundamental desse esforço é a Imprensa, que deve ser respeitada e livre para cumprir o dever de informar, mesmo na divergência”, escreveu Pacheco, no Twitter, nesta segunda-feira (21/6).

Bolsonaro cumpria agenda em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, quando ofendeu Laurene Santos, repórter da TV Vanguarda, emissora afiliada ao Grupo Globo naquela região. Ele foi à cidade para acompanhar a formatura da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR).


Sem máscara, o presidente causou aglomeração de apoiadores ao chegar à solenidade.

“Olha, eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, não use. Agora, tudo o que eu falei sobre COVID, infelizmente, para vocês, deu certo”, disse.

Ao sair do evento, a repórter questionou Bolsonaro sobre as mais de 500 mil vidas perdidas pela infecção viral.

“Parem de tocar no assunto. [Presidente tira a máscara] Você quer botar… Me bota agora… Vai botar agora… Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa”, falou, em tom enfurecido.

Em seguida, a repórter volta a questionar Bolsonaro, e ele responde: “Cala a boca. Vocês são canalhas. Fazem um jornalismo canalha, vocês fazem. Canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada. Vocês destroem a família brasileira. Destroem a religião brasileira. Vocês não prestam. A Rede Globo não presta. É uma péssima [sic] órgão de informação”.

Ao ver a movimentação de Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente, também retirou a máscara.