Ex-ministro da Educação, Fernando Haddad criticou o pedido do governo de Jair Bolsonaro para que o Supremo Tribunal Federal autorize realização de operações policiais em universidades públicas e privadas; pedido está nas mãos da ministra Cármen Lúcia; "O nome disso é fascismo?", indagou; para a deputada Erika Kokay (PT-DF), pedido do governo deixa claro "que a liberdade de expressão e o pensamento crítico são inimigos desse governo autoritário"

 

São Paulo - Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, criticou o pedido feito pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que autorize realização de operações policiais em universidades públicas e privadas para apurar irregularidades eleitorais.

Em sua página no Twitter, Haddad indagou: "O nome disso é fascismo?", anexando uma reportagem sobre o assunto publicada no site do G1.

O pedido foi apresentado antes do segundo turno da eleição, mas a AGU da atual gestão opinou dentro de ação. A procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, pediu suspensão de operações depois de pelo menos nove estados brasileiros terem sido alvos de ações para averiguar denúncias de campanhas político-partidárias dentro dos estabelecimentos.

"Ressalte-se que a universidade deve sim ser reconhecida como um espaço de livre debate de ideias, mas sem a prevalência de corrente de pensamento específica, e que, eventualmente, essa parcialidade possa interferir no processo eleitoral de forma ilegal", diz a AGU no parecer apresentado na última sexta-feira (24).

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) disse que o pedido deixa muito claro "que a liberdade de expressão e o pensamento crítico são inimigos desse governo autoritário". "O que Bolsonaro quer é autorização para perseguir estudantes e professores!", rebateu a deputada.

 

O nome disso é fascismo?
Governo pede que STF libere ações policiais dentro de universidadeshttps://t.co/N8rZThq3Yj

— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) 28 de maio de 2019