A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, respondeu veementemente ao editorial publicado pelo jornal O Globo nesta terça-feira (30), no qual o veículo defende o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e critica o PT, sugerindo que o partido não tem compromisso com a democracia, relembrando a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) sobre as "pedaladas fiscais".

Em sua declaração no X, antigo Twitter, Gleisi afirmou: "O Globo precisa aprender muito sobre democracia antes de criticar o PT, como faz no editorial de hoje." A líder do PT destacou a decisão unânime do TRF1 que afirmou a inexistência das chamadas "pedaladas fiscais", e ressaltou que essa decisão corrobora a perícia realizada pelo Senado durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

A presidente do PT também fez menção ao ambiente midiático vigente na época do processo de impeachment de Dilma, enfatizando que a Justiça decidiu com base em fatos no primeiro grau e na segunda instância, livre dos impactos do que ela chamou de "massacre midiático" que, segundo ela, influenciou o desenrolar do processo.

A líder do PT aludiu àqueles que foram envolvidos naquela trama política, bem como na Operação Lava Jato, ao sugerir que não estão aceitando a restauração da verdade histórica e, portanto, não têm autoridade para criticar nem a ex-presidente Dilma Rousseff, nem a defesa que o partido tem feito em seu favor, buscando reparar alegações de um processo "injusto e fundado na mentira das pedaladas".

“Quem participou ativamente daquela trama política, assim como da farsa da lava-jato, realmente não deve se conformar com a restauração da verdade histórica. Mas não tem autoridade para atacar nem Dilma nem a defesa que fizemos e seguimos fazendo, em sua defesa e pela reparação institucional de um processo injusto e fundado na mentira das pedaladas”, disse.

Gleisi destacou o histórico do jornal O Globo ao fazer referência ao reconhecimento do golpe de 1964. "Sempre lembrando que o Globo levou 50 anos para reconhecer que o golpe de 1964 foi isso: um golpe", enfatizou. Ela concluiu afirmando que, “queiram ou não queiram, a história do golpe está sendo reescrita, sim, com base na verdade”.