No mundo ocidental o Natal é a data no ano para se reunir e festejar com os parentes; um momento de reencontros e de reafirmação da importância dos laços familiares para a vida das pessoas. E se as festas natalina são uma celebração à família, ninguém melhor do que Damares Alves para encarnar o Natal brasileiro na era Bolsonaro.
Oficialmente Damares é a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Na prática ela representa no governo Bolsonaro uma das três bandeiras que elegeram o presidente em 2018: a defesa dos costumes ou valores tradicionais de família. E a ministra tem feito bem o seu trabalho, a julgar pelas pesquisas: sua atuação é das mais aprovadas na Esplanada dos Ministérios.
Na última rodada Datafolha, divulgada no dia 09 deste mês, Damares teve a segunda melhor avaliação entre os ministros, com 43% de ótimo/bom. Ela superou o superministro da Economia, Paulo Guedes, que obteve 39%, e só ficou atrás de Sérgio Moro, da Justiça, campeão da aprovação com índice de 53%. Na outra ponta, os que acham a atuação de Damares ruim ou péssima não passam de 26%. Tanto na aprovação como na rejeição, a ministra se saiu muito melhor que o próprio presidente que a nomeou, bem avaliado por 30% e mal por 36 no mesmo Datafolha.
Desde a redemocratização do Brasil, não houve no alto escalão federal quem vocalizasse o ideal conservador de família como Damares. O polêmico Escola Sem Partido foi uma dos projetos que a ministra abraçou, conclamando as famílias a se unirem contra o mal que seria o banimento da ética familiar das escolas. Ela pode ser considerada por muitos como reacionária e retrógrada, um símbolo da mulher servil e submissa que o feminismo despreza. Mas, não dá para negar que suas ideias e atitudes, concorde-se com elas ou não, valorizam o papel da família na sociedade. E família é a principal referência dos brasileiros como nos lembra cada Natal.