No cenário político brasileiro, a tentativa de golpe fascista ocorrida em 8 de janeiro de 2023 continua a ser tema de discussão e reflexão um ano após os eventos. Em uma entrevista à TV 247, o historiador Valter Pomar trouxe à tona importantes considerações sobre os desdobramentos dessa intentona golpista, destacando a necessidade de evitar que episódios semelhantes se repitam.

Uma das falas mais contundentes de Pomar foi direcionada a José Múcio, figura central nas discussões sobre a tentativa de golpe e que ocupa a cadeira de Ministro da Defesa. "Múcio é um néscio e deve ser afastado", afirmou Pomar, deixando clara sua posição em relação à atuação complacente do Ministro da Defesa nesse contexto.

Ao ser questionado sobre as razões para pedir o afastamento de José Múcio, Valter Pomar não hesitou em apontar o que considera conivência com as Forças Armadas. "Ele não é incompetente, ele é aliado das Forças Armadas", enfatizou Pomar, destacando a relação indulgente entre Múcio e os setores militares.

Pomar criticou veementemente o discurso adotado por José Múcio, caracterizando-o como uma reprodução das narrativas elaboradas nos think tanks, que buscaram minimizar a gravidade da intentona golpista. "O discurso do Múcio é o discurso criado dentro dos think tanks, de que não eram golpistas, eram apenas baderneiros, de que era um piquenique de pessoas que estavam ali reunidas", disse Pomar.

O dirigente do PT apontou para indícios de que no ato fascista de 8 de janeiro de 2023, estavam presentes pessoas com preparação militar, inclusive membros das forças especiais. Ele levantou a possibilidade de uma operação coordenada envolvendo não apenas o Exército brasileiro, mas também outras armas, destacando a gravidade da situação.

Pomar também ressaltou a colaboração de policiais com os golpistas, acrescentando mais uma camada de complexidade aos eventos daquele dia. Em sua análise, ele aponta para a necessidade de investigações aprofundadas para esclarecer o papel de diferentes atores no episódio.

Além disso, o líder petista criticou a dualidade na abordagem da elite brasileira, destacando que é violenta com quem rouba um pão, mas tolerante com golpistas: "A elite brasileira é violenta com quem rouba um pão, mas tolerante com golpistas". 

Fonte: Brasil247