Mergulhado no escândalo da Vaza Jato, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pode ser candidato a vice-presidente em uma chapa com Jair Bolsonaro em 2022. A informação foi publicada na coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

"A hipótese poderia se concretizar caso a indicação de Moro para o STF (Supremo Tribunal Federal) seja inviabilizada. Moro enfrenta resistência na corte e no Senado, que aprova a indicação para o STF. Antes mesmo do escândalo das mensagens, sua candidatura era considerada frágil", diz a coluna.

Revelações do Intercept Brasil vêm aponado que Sérgio Moro extrapolou suas funções quando julgava os processos da Operação Lava Jato em primeira instância jurídica. Em uma das conversas, procuradores reclama: "Moro viola sempre o sistema acusatório".

Outra matéria, desta vez em parceria com a Veja, Moro interfere claramente na acusação contra o lobista Zwi Skornicki, réu da operação e representante da Keppel Fels, estaleiro com contratos suspeitos com a Petrobras.

Na troca de mensagens pelo Telegram, em 28 de abril de 2016, o procurador Deltan Dallagnol diz à procuradora Laura Tessler que o então juiz o havia chamado a atenção sobre a falta de uma informação na denúncia.

“Laura no caso do Zwi, Moro disse que tem um depósito em favor do [Eduardo] Musa [da Petrobras] e se for por lapso que não foi incluído ele disse que vai receber amanhã e da tempo. Só é bom avisar ele”, diz. “Ih, vou ver”, responde a procuradora.

De acordo com a Veja, no dia seguinte a esse diálogo, a Procuradoria em Curitiba incluiu comprovante de depósito de US$ 80 mil feito por Skornicki a Musa. Moro aceitou a denúncia e, na decisão, mencionou o documento que havia pedido.