O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro tenta pegar carona na operação da Polícia Federal que visa desmantelar o esquema criminoso das fake news e parabenizou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. 

"A Polícia Federal tem que trabalhar com autonomia. Que sejam apurados os supostos crimes no RJ e também identificados os autores da rede de fake news e de ofensas em massa. Diante das denúncias de interferência na PF, o Min. Alexandre manteve os delegados que estavam na investigação", tuitou Moro.

Dentre os alvos da operação estão os empresários bolsonaristas Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e Edgard Corona, fundador da Smart Fit, além do ex-deputado federal Roberto Jefferson e do blogueiro Allan dos Santos, do site Terça-Livre. 

A corporação investiga, ainda, oito deputados pró-Bolsonaro, como Carla Zambelli (PSL-SP). 

Sergio Moro 
✔@SF_Moro
 
A Polícia Federal tem que trabalhar com autonomia.Que sejam apurados os supostos crimes no RJ e também identificados os autores da rede de fake news e de ofensas em massa.Diante das denúncias de interferência na PF, o Min.Alexandre manteve os delegados que estavam na investigação
 
Depois de condenar o ex-presidente Lula sem provas e tirá-lo da eleição de 2018, Moro recebeu o convite da equipe de Bolsonaro para ser ministro da Justiça. No dia 24 de abril, o ex-juiz pediu demissão após o seu então chefe exonerar Mauricio Valeixo da Diretoria-Geral da PF e apontou crime de responsabilidade de Bolsonaro, agora investigado por tentativas de interferência na PF. 

Moro viu sua imagem se desgastar cada vez mais em 2019 com as revelações do Intercept Brasil sobre as irregularidades da Lava Jato. De acordo com uma série de reportagens do site, ele atuava como uma espécie de assistente de acusação dos procuradores. Questionou a capacidade de uma procuradora em interrogar o ex-presidente Lula, e recomendou acréscimo de informações na denúncia contra Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás. 

Após o ex-juiz deixar o cargo com sérias acusações contra o governo Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli disse que "ele tinha predileção em condenar o PT".