Brasília- Com o mercado (setor financeiro e rentistas) cada vez mais desiludido com o desempenho do presidente Jair Bolsonaro, cai como uma bomba a pesquisa que a XP, maior corretora do país, contratou ao Ipespe e foi divulgada nesta sexta-feira (10). É como um convite ao golpe: Mourão é considerado ótimo ou bom por 39% dos entrevistados, em tese representativos da população brasileira, superando o desempenho de Bolsonaro, que conta com 35%. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, que conta com 38% de aprovação, é mais bem avaliado que o presidente.
Segundo o levantamento, 20% dos entrevistados consideram o desempenho de Mourão ruim ou péssimo -no caso de Bolsonaro, são 31%. Outros 35% consideram a performance do vice regular - 31% para Bolsonaro.
Alvo de ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) há pouco mais de duas semanas, o vice-presidente general Hamilton Mourão (PRTB) atualmente conta com maior simpatia do eleitorado do que o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL). É o que mostra a sétima rodada da pesquisa XP/Ipespe.
Segundo o levantamento, Mourão é considerado ótimo ou bom por 39% dos entrevistados e ruim ou péssimo por 20%. Outros 35% veem o atual ocupante do Palácio do Jaburu como regular, enquanto 6% não souberam ou não quiseram opinar. A pesquisa ouviu 1.000 eleitores, de todas as regiões do país, entre os dias 6 e 8 de maio. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Os números do vice são ligeiramente melhores do que os do próprio comandante do Poder Executivo. Neste momento, as avaliações positivas de Bolsonaro somam 35%, contra 31% negativas e 31% regulares. Ou seja, simpáticos e insatisfeitos com o governo hoje estão praticamente do mesmo tamanho. Vale lembrar que o presidente já registrou 40% de nível "ótimo" ou "bom" e 17% de "ruim" ou "péssimo" em fevereiro – seu melhor desde que assumiu.
De acordo com a pesquisa, as avaliações negativas de Bolsonaro cresceram 5 pontos percentuais de abril para cá. Por outro lado, o resultado de maio indica um estancamento na perda de popularidade – movimento que preocupava aliados do presidente, sobretudo em um momento de agendas desafiadoras no Congresso Nacional e com apenas cinco meses de administração.
Um vídeo em que o filósofo e escritor Olavo de Carvalho, guru do entorno ideológico do presidente, ataca os militares, publicado na página oficial de Bolsonaro no YouTube, em 22 de abril, marcou o início dos ataques de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, a Mourão. O conteúdo foi retirado da página, mas o vereador intensificou as críticas nos dias subsequentes e insinuou que o vice estaria contra seu pai.
Carlos Bolsonaro chegou a postar a reprodução de uma curtida do perfil oficial de Mourão no Twitter a uma postagem da jornalista Rachel Sherehazade em que ela o elogiava e criticava Bolsonaro. O episódio, inclusive, embasou um pedido de impeachment apresentado pelo deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP) contra o vice. A crise entre Carlos e Mourão exigiu intervenção do presidente, que pediu um "ponto final" ao que chamou de "pretensa discussão".
Dados os acontecimentos, a pesquisa XP/Ipespe também ouviu os eleitores sobre a atuação de Mourão no governo. Para 40% dos consultados, o vice contribui positivamente com a administração. Outros 42% classificam sua conduta como nem positiva nem negativa. Já 11% entendem que o comportamento do vice prejudica o governo, como teria insinuado Carlos Bolsonaro.
Posto Ipiranga
Fiador da principal e mais audaciosa agenda legislativa do governo – a reforma da Previdência –, o ministro Paulo Guedes (Economia) mantém um nível de avaliações positivas superior às negativas em 15 pontos percentuais. Segundo o levantamento, ele hoje conta com 38% de aprovação e 23% de desaprovação.
Apesar da enfática defesa por mudanças no atual sistema de aposentadorias, pauta considerada impopular, o ministro apresenta desempenho nominal superior ao do presidente, embora com diferença dentro da margem de erro no caso das avaliações positivas.