A lista de visitas ao ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, preso em maio, revela que ao menos cinco pessoas investigadas em inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) estiveram em contato com ele. Entre elas estão o pai de Mauro Cid, general Mauro Lourena Cid, e também Osmar Crivelatti, ex-assessor de Bolsonaro, ambos sob investigação da Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em um caso de venda de joias que deveriam ter sido incorporadas ao Estado brasileiro, mas que o ex-mandatário tentou se apropriar.

Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, um dos visitantes é o primeiro-tenente do Exército, Adriano Alves Teperino, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Sua quebra de sigilo foi solicitada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura a intentona golpista do dia 8 de Janeiro, após seu nome aparecer em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) relacionados a Mauro Cid. 

Ambos estão sendo investigados por suspeitas de transferências financeiras irregulares envolvendo um ourives de Goiás. Essas transações levantam questionamentos sobre possível relação com a venda das joias ligadas a Bolsonaro.

Outra figura presente na lista de visitantes é o coronel Jean Lawand Júnior, apontado como articulador de um plano golpista supostamente tramado no final do governo Bolsonaro. Mensagens de teor antidemocrático trocadas entre Lawand e Mauro Cid foram interceptadas pela PF, levando o coronel a prestar depoimento na CPMI do 8 de Janeiro.

Além disso, o general Júlio César Arruda, que comandava o Exército durante as invasões às sedes dos Três Poderes, também visitou Mauro Cid na prisão. 

Nesta segunda-feira (28), Mauro Cid presta novo depoimento à Polícia Federal no âmbito da investigação que trata da suposta contratação do hacker Walter Delgatti Netto para tentar invadir as urnas eletrônicas ou ao menos descredibilizá-las. Na última sexta-feira (25), o militar foi ouvido por mais de seis horas no âmbito do inquérito que apura a contratação de Delgatti para invadir as urnas eletrônicas e desacreditar o sistema eleitoral. No entanto, por falhas técnicas, os relatos de Cid não puderam ser registrados.