Ainda não deve ser amanhã (25/06) que o STF julgará o habeas corpus em que Lula pede a suspeição de Sérgio Moro e a consequente anulação da sua condenação à prisão. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, a decisão está sendo adiada para agosto, após o recesso judicial, graças a uma manobra da ministra Cármen Lúcia, presidente da Segunda Turma da corte, onde tramita o caso. Ela usou seu poder sobre a agenda da turma para colocar a ação no último lugar da fila, depois de outros 11 processos.O que inviabiliza a sua análise por falta de tempo. A sessão desta terça encerra os trabalhos da turma no semestre. E só o voto de Gilmar Mendes tem 40 páginas.

A manobra de Cármem Lúcia visa ganhar tempo. Ela evita ao menos por ora uma provável decisão favorável a Lula e negativa para Moro. A tendência na Segunda Turma hoje é de um placar de 3 a 2 pela suspeição do juiz e anulação da sentença. Isso porque os três ministros da turma que ainda não votaram (Gilmar Mendes, Ricardo Lawandovski e Celso de Mello) já sinalizaram repúdio aos indícios de parcialidade de Moro, denunciados ainda no ano passado pela defesa e reforçados agora pelo vazamentos das constrangedoras conversas do juiz com a acusação.

A sentença de Moro contra Lula pode ser anulada é a relacionada ao caso do tríplex de Guarujá. Há outras ações da Lava Jato em curso contra o ex-presidente.