O ex-Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), não descarta disputar a corrida presidencial em 2022 - em oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entretanto, diz que espera 'um grande esforço democrático' de conciliação entre esquerda e direita.

"Espero que alguns nomes venham para virar essa página da polarização da política. Não sei se vou ser candidato a alguma coisa, mas vou participar ativamente como cidadão. Deixo em aberto. Deixo para o destino. O destino vai dizer. Muito provavelmente, não estaremos do mesmo lado (ele e Bolsonaro). Vamos aguardar o momento certo, as pessoas certas para falar sobre isso. Agora temos um Brasil inteiro lamentando seus mortos", afirmou o médico esta manhã, em entrevista à Rádio Itatiaia.

Mandetta também mencionou o combate à pandemia do novo coronavírus em Belo Horizonte, conduzida pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD)."O prefeito de Belo Horizonte está pautando a necessidade de se cuidar. Torço muito por Minas. Minas vai diminuir a quantidade de mortos", comentou.

Por sua vez, a gestão do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, foi criticada pelo médico - em que pese suas ponderações a respeito das peculiaridades que tornam o enfrentamento da COVID-19 no Brasil mais complexa em relação aos países europeus.

"O Brasil é um continente. Teremos uma epidemia com diferentes  momentos. Algumas regiões já terminando a fase de transmissão e óbitos. Outras, em fase ascendente, como Minas e Centro Oeste. Outras em fase de queda. (...) Mas não estou vendo uma gestão de saúde do ministerio da Saúde. Vejo ausência total do governo federal", avaliou.

Otimista, Mandetta prevê queda da curva de infecções nos grandes centros até o fim de setembro e a conclusão da viabilidade das vacinas até dezembro deste ano. Mas acredita que o Brasil está atrasado na organização do parque industrial para a produção do imunizante.

"Essa epidemia nos grandes centros tem demonstrado que quando a gente chega a 20, 22% de pessoas com anticorpos, a gente percebe que ela começa em queda... Tem sido a tônica... Ainda não é comprovado. Mas se for assim, em final de agosto início de setembro, será a tonica de todas as cidades. Mas, aglomerações, só a partir das vacinas. Tem algumas pesquisas muito promissoras. Aí é colocar a vacina dentro dos frascos.... Precisamos estar prontos para saber qual faixa etária vamos imunizar. Precisamos que os países ricos não peguem as vacinas só para eles. E de um complexo industrial que junte forças para conseguir produzir a quantidade que a gente precisa. Está atrasado e não sei o caminho que estão tomando", analisou.