Brasília- O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, avaliou nesta sexta-feira, 26, a relação do presidente Jair Bolsonaro com os filhos e as consequências para a agenda política do País.
Em entrevista ao site BuzzFeed News, Rodrigo Maia diz que o vereador Carlos Bolsonaro pode ser "doido à vontade", mas age em uma estratégia definida pelo próprio presidente nas redes sociais. "Eu não sei como é a relação na família dele [Bolsonaro]. As famílias têm relações distintas, não é? O Bolsonaro colocou o filho com 17 anos para disputar contra a própria mãe desse filho. Ele derrotou a mãe para vereador. Isso deve ser normal na cabeça de um ser humano? Derrotar uma mãe com 17 anos? Isso deve ter gerado muito problema na cabeça do Carlos. A informação que eu tenho, apenas de ouvir falar, é que eles ficaram sete anos sem se falar, ele e o pai. E você vê que ele tem uma admiração enorme pelos filhos, diz que devia ser ministro, que só chegou à Presidência por causa dele. O que influenciou muito a eleição foi a facada que quase o matou. Se Bolsonaro achar que foi a internet que elegeu ele...", diz o presidente da Câmara.
Questionado sobre acredita na informação da revista Época de que o Carlos segurou a senha do Twitter e impediu o pai de acessar a rede, Maia disse que pode ser verdade. "Não me parece verdade, mas eu não acho impossível ser. Eu até acho que não é, acho que o filho não vai a tanto, pois aí seria uma relação... Aí precisaria internar...", afirmou.
Sobre Eduardo, o filho deputado, disse que este ascendeu do "baixíssimo claro" para comandar de fato uma política externa que é "essa loucura aí". "Ele não era nada, era um deputado do baixíssimo clero, o pai vira presidente, ele passa a ser chamado pela equipe do Trump, pela equipe de não sei o quê… Um pouquinho de vaidade é um direito, não é? Não vamos exagerar também, achar que ele não pode ter um momento de deslumbramento. Quem é que nunca teve? Quando eu ganhei minha primeira eleição para presidente da Câmara eu também tive. Todo mundo tem, mas com o tempo você vai vendo que isso ai tudo é passageiro. Não foram eles que fizeram o ministro [Ernesto Araújo]? Eles que comandam o ministro, a agenda deles é a mesma, essa loucura aí…", diz Maia.
Sobre a reforma da Previdência, Rodrigo Maia avalia que o governo ainda está longe dos 308 votos necessários para mudar o sistema de aposentadorias do país, mas a articulação do Planalto melhorou nas últimas semanas – ele elogia Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e espinafra o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-BA), que "dá até dó."