247 - O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo por conta das investigações da Polícia Federal sobre fraudes no INSS. Com a decisão de Lupi, a dúvida é se o PDT continuará na base do governo Lula. Uma ala do partido defende a postura de independência em relação à gestão do presidente.

"Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade", anunciou o ministro em uma rede social.

 Conforme investigadores, de 2019 a 2024, entidades vinculadas ao Instituto Nacional do Seguro Social desviaram R$ 6,3 bilhões em descontos não autorizados. Lupi não é formalmente investigado na operação da PF.

De acordo com as apurações, entidades de classe, como associações e sindicatos, formalizavam Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS. Os acordos permitiam que as entidades fizessem descontos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS, sem a autorização dos beneficiários.

A Controladoria-Geral da União também apura as irregularidades. A CGU iniciou a auditoria no ano passado. Foram realizadas visitas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, no período de 17.04.2024 a 04.07.2024. 

Os auditores entrevistaram 1.273 beneficiários, dos quais 1.242 (97,6%) informaram não ter autorizado o desconto, e 1.221 (95,9%) disseram não participar de associações, sinalizando que os descontos estariam ocorrendo de maneira indevida.

cartalupi.jpg