O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta terça-feira (10) a necessidade de punir as pessoas responsáveis pelas queimadas no Brasil. O governo federal está direcionando recursos e implementou uma força-tarefa em regiões como a Amazônia Legal, que abrange 5 milhões de km², correspondendo a cerca de 60% do território brasileiro, e o Pantanal, com mais de 200 km² de vegetação, sendo 65% de sua área no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso.

"Precisamos punir quem faz queimadas na época errada", afirmou Lula durante um evento no Amazonas, onde assinou o decreto para a criação do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo, com apoio do Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Federal.

"Encaminharei ao Congresso uma Medida Provisória criando o estatuto jurídico da Emergência Climática, para acelerar políticas públicas de enfrentamento aos extremos climáticos. Estabeleceremos uma Autoridade Climática e um comitê técnico-científico que dê suporte às ações do governo federal", acrescentou.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até o dia 27 de agosto, foram registrados 28.697 focos de queimadas na Amazônia, um aumento de 83% em comparação ao mesmo período de 2023, e 38% acima da média dos 10 anos anteriores (2014 a 2023).

Em seu discurso, o presidente também defendeu a importância das ações de combate ao aquecimento global. "A questão climática não é só coisa de estudante universitário ou ambientalista, é a demonstração mais clara de que somos irracionais, porque somos capazes de destruir o lugar onde moramos", declarou.

Segundo Lula, a redução das emissões de gases de efeito estufa é uma "necessidade urgente". "Podemos até criar gado, mas não precisamos destruir a floresta e o planeta. O mundo olha com atenção para o Brasil. O país deve garantir um padrão de vida decente. Uma árvore em pé pode valer mais do que criar bezerros, cabras ou cavalos. Precisamos valorizar aqueles que preservam a floresta em pé", concluiu.

Relançado em agosto de 2023, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investirá R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil. Os investimentos previstos no Novo PAC com recursos do Orçamento Geral da União (OGU) somam R$ 371 bilhões; o das empresas estatais, R$ 343 bilhões; financiamentos, R$ 362 bilhões; e o setor privado, R$ 612 bilhões. Do valor total, R$ 449,4 bilhões (32,1%) serão destinados a projetos de "transição e segurança energética".