ARTICULAÇÃO POLÍTICA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá como uma das prioridades nesta semana a definição da reforma ministerial, com a nomeação de quadros do PP e do Republicanos, dois partidos do centrão.

Os futuros ministros devem ser os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE). Contudo, ainda não foi definido qual pasta cada um deles irá comandar. O impasse, que se arrasta desde junho, vem irritando políticos do centrão, que esperam que o martelo seja batido nos próximos dias.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, indica que Lula quer dar fim à “novela” nesta semana.

“Certamente o presidente Lula vai conduzir, no seu retorno, uma decisão que ele já tomou de acolher o pedido de duas bancadas para compor o Ministério. Isso é uma ação para reforçar nosso time para o segundo semestre. Certamente no retorno da viagem devemos acelerar essas negociações”

Os ministérios mais cotados para serem ocupados pelos futuros ministros são o de Portos e Aeroportos, Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Social. Este último é o principal alvo de cobiça do PP. No entanto, o movimento gera resistências entre petistas, já que é a pasta responsável por comandar o Bolsa Família e outros programas sociais, marca registrada do PT.

Além disso, há a expectativa de o comando da Caixa Econômica Federal e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) também serem repartidos às duas legendas.

Com a possível acomodação do PP e do Republicanos, o Palácio do Planalto espera ter uma base mais sólida na Câmara, com uma parte mais expressiva dessas bancadas votando a favor do governo em matérias consideradas prioritárias no Congresso. Juntos, os dois partidos têm 90 assentos na Câmara

Porém, não será uma adesão plena, já que as duas siglas possuem quadros ligados ao bolsonarismo. Além disso, o Republicanos abriga um possível adversário de Lula nas eleições de 2026: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.