Em um emocionante discurso durante a cerimônia de inauguração do Contorno do Mestre Álvaro na BR-101, no Espírito Santo, nesta sexta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma retrospectiva  de sua vida, atribuindo a Deus sua trajetória da pobreza à presidência.

"Somente Deus é que poderia fazer um menino de 5 anos de Garanhuns, com sete irmãos, predestinados a morrer de fome, sair num pau de arara, andar 13 dias até São Paulo... Chegando lá meu pai estava com outra família, fomos morar sozinhos. Esse filho que escapou da morte até os cinco anos de idade e não teve diploma universitário é o presidente da República mais eleito desse país. Isso só pode ser coisa de Deus. Não tem outra explicação", enfatizou o presidente. 

Lula também destacou a importância da fé e da boa-fé do povo evangélico, ao mesmo tempo em que abordou as acusações feitas pelo bolsonarismo. O presidente afirmou que nos últimos anos, a boa-fé desse segmento da população foi explorada para criar narrativas mentirosas, como aquelas que acusavam seu governo de supostamente querer fechar igrejas e criar banheiros unissex. 

"Somente Deus é que poderia fazer que o filho de Dona Lindu, semianalfabeto que não morreu de fome fosse eleito três vezes presidente da República desse país. Quero provar mais uma vez que um metalúrgico, torneiro mecânico, pode fazer para esse país o que a elite brasileira não fez pelo povo. O ódio contra nós é porque não gostam de pobres, negros, LGBT. As mulheres também não são objeto", concluiu.