O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a aliados e interlocutores que não pretende levar adiante os atritos entre ele e o ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo a CNN Brasil, pessoas ligadas à Lira dizem que “o recado que o parlamentar queria dar ao Palácio do Planalto foi dado. E se tratou de uma defesa à sua postura no julgamento sobre a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ)”.

O presidente da Câmara tem reiterado que em momento algum trabalhou pela revogação da prisão, salientando que os partidos do bloco do centrão, ao qual pertence, liberaram suas bancadas federais, evitando orientações quanto à soltura. A divisão na bancada federal do PP, partido de Lira, também é destacada por seus aliados, evidenciando que houve votos pela soltura, prisão e abstenção, demonstrando a pluralidade de posicionamentos dentro do partido.

Ainda segundo a reportagem, o entorno de Lira ressalta que ele não articulou em favor de nenhuma das posições, considerando a questão como uma discussão "interna corporis". Além disso, existiria um acordo para o Planalto não interferisse na votação, um acordo que, segundo aliados do parlamentar, não foi respeitado.

Os atritos entre Lira e Padilha cresceram após o presidente da Câmara acusar o ministro, sem provas, de ter vazado à imprensa de que ele teria saído enfraquecido como presidente da Câmara após a votação do plenário da Câmara ter aprovado a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso pela Polícia Federal pela suspeita de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ). Lira também qualificou o ministro como sendo um "desafeto pessoal" e "incompetente".

Nesta sexta-feira, Padilha disse que não iria “descer ao nível” dos ataques de Lira e que seguirá trabalhando com o Congresso Nacional para provar pautas de interesse do país.

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