BRASÍLIA. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao dizer que o chefe da equipe econômica é “decisivo” para a aprovação de projetos do campo fiscal. Lira falou em entrevista à Globonews nesta sexta-feira (19).

 

“É importante a gente ressaltar sempre que o ministro Haddad tem muito carinho, muita atenção, muita interlocução com o Congresso Nacional e tem sido decisivo para muitas pautas econômicas da relação da Câmara com o governo federal. Muitas vezes a gente fala ‘Haddad, aguenta aí porque você vem muito para a linha de frente e às vezes tem que dizer não ou sim”, disse, ressaltando que pede ao ministro que “coloque sempre um interlocutor no meio primeiro para conseguir arredondar alguns textos”.

Lira, no entanto, evitou comentar sobre o anúncio de Haddad de congelamento de R$15 bilhões do orçamento do governo federal deste ano. Desse total, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados e R$ 3,8 bilhões serão contingenciados, quando os valores podem ser mais facilmente liberados caso haja um aumento de receitas do que em um bloqueio.  

"É ele [Haddad] quem tem que falar com o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] e para o presidente as decisões que saem dali com relação ao que ele está enxergando de maior dificuldade, de maior facilidade, para que o Brasil cumpra as metas traçadas no arcabouço fiscal. E quando o governo sai munido de uma decisão, muito melhor para o país, muito menos barulho, instabilidade e imprevisibilidade e muito mais segurança jurídica e econômica”, declarou.

 

Lira saiu em defesa de Haddad no momento em que o ministro vem enfrentando críticas por conta de suas políticas para aumentar a arrecadação fiscal e de organização tributária. Como exemplo, a taxação de compras internacionais independentemente do valor que começará em agosto. Haddad vem sendo chamado do “Taxad” em memes que circulam nas redes sociais e ganharam e repercutiram, inclusive, em perfis ligados à esquerda política.

Relação com o governo

Ainda na entrevista, Lira repetiu que vive um momento de “normalidade” na relação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso depois de tensões que enfrentou por conta de seu diálogo com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a quem chamou de “incompetente”.  

“Quando me posicionei, foi porque o clima estava chegando em um nível que eu fazia a seguinte análise: um presidente da Câmara que veio de uma posição antagônica, que dá o apoiou que eu dou a um governo que precisa de uma maioria que não tem, e o tempo todo é vítima de matérias mentirosas, fake news plantadas por quem não deve? A articulação estava do avesso", declarou.

 

Segundo o presidente da Câmara, “o 'basta' foi para que o governo entendesse que não tem um adversário político no Congresso” Nacional, e sim “um aliado político com responsabilidade, independência”. “E as coisas a partir daí começaram a andar com normalidade, nada diferente do que acontecia antes”, declarou. 

 

otempo.com.br