O suboficial da Marinha Wagner Coelho, que liderou o movimento de militares que se manifestou contra Jair Bolsonaro, chamando-o de traidor, disse estar envergonhado de ter votado nele.

“Dizem que estou chateado com Bolsonaro porque não deu aumento. Não. Isso ajudou a alertar algumas pessoas em relação ao que está acontecendo, esses escândalos, a intervenção na Polícia Federal, a questão do cheque do Queiroz, a questão do advogado Wassef. A gente começa a observar isso aí, juntando com a traição que ele fez com a gente, começamos a pensar: esse cara era aquilo que a gente pensava mesmo? A gente sustentou por 28 anos esse monstro como político? Eu fiz passeata, fiz campanha, e hoje me envergonho disso. Fomos traídos”, disse ao UOL.

Jair Bolsonaro foi chamado de “traidor” durante formatura de sargentos da Marinha brasileira realizada nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro (RJ).

De acordo com reportagem do jornal O Globo, um grupo com cerca de 30 militares e pensionistas protestou em frente ao Centro de Instrução Almirante Alexandrino.

“Bolsonaro traidor”, gritavam os manifestantes que se dizem prejudicados com a Lei 13.954, batizada de reforma da Previdência dos militares, que estrutura a carreira dos oficiais.

Um dos integrantes do grupo intitulado Tropa da Forma, Bolsonaro, após ser eleito, deixou de ajudar a categoria. A categoria disse que vai promover uma nova manifestação contra Bolsonaro, desta vez em Brasília (DF), entre os dias 20 e 22 de outubro.

No evento, Bolsonaro discursou afirmando que as Forças Armadas são os “verdadeiros guardiões da democracia” brasileira.

“Nós, Marinha, Exército e Aeronáutica, somos os verdadeiros guardiões da nossa democracia e tudo faremos pela nossa liberdade”, disse.