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Numa disputa em que seu partido entrou com chapa pura e em que teve apenas 14 segundos de TV no horário eleitoral no primeiro turno, Suéllen derrotou o médico e ex-vereador Raul Gonçalves Paula (DEM), 59, que estava em sua segunda tentativa de chegar à prefeitura.
A jornalista obteve 89.725 votos, 55,98% dos votos válidos, e tinha uma coligação formada por mais três partidos –PSL, PP e MDB.
No primeiro turno, Suéllen já tinha liderado, mas com placar de 36,12% a 33,28%. O atual prefeito, Clodoaldo Gazzetta (PSDB), que tentava a reeleição, obteve 8,91%.
Evangélica, com um vice católico, o médico Orlando Dias (Patriota), 66, ela disse não ter enfrentado problemas em relação à religião, mas o mesmo não pode ser dito sobre a sua cor.
Nesta segunda (30), Suéllen recebeu mensagens racistas publicadas em um grupo de WhatsApp e em redes sociais e afirmou que não se silenciará. Uma das mensagens dizia: "Bauru não merecia ter essa prefeita de cor com cara de favelada comandando nossa cidade. A senzala estará no poder nos próximos quatro anos".
"São coisas que sabemos que existem e nos chateiam porque isso não é algo que nos valida ou não. Combater o racismo é desgastante, mas necessário. Tomei as medidas, registrei um B.O. pedindo providências para responsabilizar os envolvidos", disse a prefeita eleita.
Foi a primeira disputa à prefeitura de Suéllen, mas não sua primeira eleição, já que em 2018 tentou ser deputada estadual. Foi a terceira mais votada na cidade, com 15.572 votos.
A disputa de dois anos atrás foi decisiva para que a jornalista deixasse o emprego que tinha havia oito anos na TV Tem, afiliada da Globo, onde era repórter e apresentadora e na qual estava desde que se formou na Unitoledo, em Araçatuba.
"São duas coisas que não daria para conciliar. Para manter a imparcialidade necessária, seria impossível [seguir como jornalista]. A minha vinda para a política tem a ver com a conexão da rua, já que o jornalismo aproxima muito da população. A diferença é que, para ir além da profissão, a política é uma das ferramentas para resolver os problemas. Ela deve ser vista como solução, não problema."
Problemas, aliás, é o que ela encontrará a partir de 1º de janeiro. Além dos reflexos da pandemia do novo coronavírus, que em Bauru já resultou em 17.849 casos confirmados e 268 mortes, para uma população de 379.297 habitantes, o abastecimento de água, o tratamento de esgoto e a geração de empregos são questões que devem ser prioridades, segundo Suéllen.
A transição com Gazzetta deverá começar de imediato, de acordo com o atual prefeito. "A partir de amanhã [segunda] estou colocando toda a prefeitura à disposição para um processo de transição", escreveu Gazzetta logo após a divulgação do resultado, na noite de domingo (29).
Outro problema será como conseguir aprovar projetos na Câmara já que, sem coligação com outra sigla, o Patriota elegeu apenas um vereador, Marcelo Afonso.
"Fizemos um só, mas foi uma característica geral, com muitos partidos elegendo poucos nomes. Temos de dialogar para trabalhar o bem comum, que é Bauru."
O Legislativo local tem 17 cadeiras e terá, a partir de 1º de janeiro, políticos de 13 legendas. Dos eleitos à Câmara, apenas três são mulheres. Suéllen disse esperar que sua eleição contribua para que a "porta permaneça aberta para que outras mulheres continuem passando por ela".
Mulher, primeira prefeita, jovem, negra, evangélica e conservadora. Falta algo? "Eu acrescentaria que vou governar para todos. Ao longo da minha carreira construí uma zona de conforto entre as duas frentes [profissão e política]. Hoje tenho diálogo extremamente aberto com todos, até porque não tem como ser diferente."
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A jornalista obteve 89.725 votos, 55,98% dos votos válidos, e tinha uma coligação formada por mais três partidos –PSL, PP e MDB.
No primeiro turno, Suéllen já tinha liderado, mas com placar de 36,12% a 33,28%. O atual prefeito, Clodoaldo Gazzetta (PSDB), que tentava a reeleição, obteve 8,91%.
Evangélica, com um vice católico, o médico Orlando Dias (Patriota), 66, ela disse não ter enfrentado problemas em relação à religião, mas o mesmo não pode ser dito sobre a sua cor.
Nesta segunda (30), Suéllen recebeu mensagens racistas publicadas em um grupo de WhatsApp e em redes sociais e afirmou que não se silenciará. Uma das mensagens dizia: "Bauru não merecia ter essa prefeita de cor com cara de favelada comandando nossa cidade. A senzala estará no poder nos próximos quatro anos".
"São coisas que sabemos que existem e nos chateiam porque isso não é algo que nos valida ou não. Combater o racismo é desgastante, mas necessário. Tomei as medidas, registrei um B.O. pedindo providências para responsabilizar os envolvidos", disse a prefeita eleita.
Foi a primeira disputa à prefeitura de Suéllen, mas não sua primeira eleição, já que em 2018 tentou ser deputada estadual. Foi a terceira mais votada na cidade, com 15.572 votos.
A disputa de dois anos atrás foi decisiva para que a jornalista deixasse o emprego que tinha havia oito anos na TV Tem, afiliada da Globo, onde era repórter e apresentadora e na qual estava desde que se formou na Unitoledo, em Araçatuba.
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