Um dos senadores que pressionam o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a gestão federal na pandemia, Tasso Jereissati (PSDB-CE) contestou nesta quinta-feira, 11, os números apresentados pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o cronograma de vacinação.
 
O senador reclamou de não haver a "mínima transparência ou confiabilidade" nos dados prestadas pelo auxiliar de Jair Bolsonaro. "O que nos traz insegurança sobre a administração dessa pandemia", disse Jereissati, que cobrou a instalação da CPI durante a sessão do Senado.

O senador questionou o fato de o governo ter considerado no início do mês a previsão de receber ainda em março 8 milhões de doses da vacina do laboratório Precisa Medicamentos/Bharat Biotech. Jereissati ressaltou que, segundo a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o laboratório não solicitou, até o momento, autorização de uso e de pesquisa no Brasil da sua vacina. No último sábado, 6, o Ministério da Saúde reduziu a previsão de doses para março após excluir esse imunizante da lista imediata.

"E Pazuello confirmava o cronograma apresentado no dia 4 de março (que contava com a vacina da Biotech)", disse Jereissati. "Evidentemente, se eu sei disso (que nem pedido à Anvisa existe), é evidente que ministro da Saúde também sabia ao prever. Logo é impossível ter essas oito milhões de doses", pontuou o senador.

Para Jereissati, uma CPI é necessária para apurar omissões e mentiras ditas por autoridades na pandemia. "Vamos fazer uma CPI para que o ministro ou quaisquer autoridades tenham responsabilidade e juramento sobre o que diz. É mais que isso, que tenha penalidade ao omitir ou mentir, isso aqui é grave", disse o senador.