Esta semana a lista de presidenciáveis aumentou ainda mais com o anúncio da pré-candidatura de Rodrigo Maia pelo DEM
A menos de 7 meses para a eleição presidencial de 7 de outubro, a influência do ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva será imensa. É o que afirma em entrevista à Sputnik Brasil o cientista político Antonio Marcelo Jackson, professor do Departamento de Educação e Tecnologias da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais.
O cientista político considerou os cenários possíveis para a eleição deste ano, tendo em vista as decisões do juiz Sérgio Moro, que condenou Lula a 9 anos e 6 meses de reclusão, ao aumento da pena para 12 anos e 1 mês de reclusão aplicada pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no Rio Grande do Sul, e a decisão unânime de ministros do Superior Tribunal de Justiça na terça-feira (6) negando a Lula o pedido de Habeas Corpus Preventivo requerido pela sua defesa. Diz Antonio Marcelo Jackson:
"Toda questão relativa ao Lula nas eleições de 2018 diz respeito à influência que ele vai gerar, participando ou não do pleito presidencial. Observando as mais recentes decisões do poder Judiciário, eu, particularmente, não acredito que o Lula poderá participar da eleição deste ano. E não estou me referindo à decisão desta semana do Superior Tribunal de Justiça mas sim pensando na decisão de 24 de janeiro passado por parte dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região, no Rio Grande do Sul. O Lula, candidato, para mim, está fora do pleito. Mas, mesmo assim, ele vai influenciar o resultado das eleições".
Em apoio à sua tese, Antonio Marcelo Jackson cita os resultados das últimas pesquisas de votos divulgadas por diversos institutos. Segundo ele, a análise dos números muda a forma como se deve observar a participação de Lula nas eleições. Ele acredita que os analistas devem passar a se questionar como Lula influenciará as eleições, dando como certa a influência do ex-presidente.
"[…] As últimas pesquisas de intenções de votos mostram que há uma variação muito pequena entre os candidatos com e sem o Lula. Ou seja, com ou sem ele no pleito, não se vê um avanço significativo daquele que hoje é apontado como adversário direto do Lula, o deputado federal Jair Bolsonaro. E os demais pré-candidatos registram, igualmente, pequenas variações. Então, a pergunta principal passa a ser esta, no meu entender: qual será o tamanho da influência do Lula nas eleições deste ano?, explica.
Para Antonio Marcelo Jackson, mesmo com as eleições ainda cronologicamente distantes, estão-se repetindo as mesmas táticas adotadas em pleitos anteriores, especialmente para a Presidência da República. No entanto, ressalta o cientista político, contra Lula a estratégia, por enquanto, não está funcionando:
"Numa campanha política, quais têm sido os procedimentos entre os concorrentes? A primeira estratégia é tentar enfraquecer o adversário. A segunda, se esta não dá resultados, é procurar destruir o adversário, atacando a sua imagem. Ora, em relação ao Lula isso não está funcionando porque as pesquisas o mostram na liderança das intenções de votos. E se o Lula não participar da eleição, o que pode acontecer? A meu ver, duas hipóteses: a primeira, o voto do eleitorado do Lula no candidato que ele indicar ou apoiar; a segunda, uma possível abstenção — e nesse caso gigantesca — dos eleitores de Lula e do PT no pleito deste ano".
Esta semana a lista de presidenciáveis aumentou ainda mais com o anúncio da pré-candidatura de Rodrigo Maia pelo DEM. Confiante, o candidato já se vê no segundo turno das eleições, apesar de que nalistas acreditam que ele só chega lá com apoio do governo.
As eleições de 2018 no Brasil estão marcadas para o dia 7 de outubro, com segundo turno no dia 28 do mesmo mês. Os partidos tem até 15 de agosto para a realização do registro das candidaturas. Com informações do Sputnik Brasil.