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Indígenas mineiros têm apenas uma deputada: Célia Xakriabá, no Congresso

26/12/2023 13h00 - Atualizado em 26/12/2023 12h58 por Ana Clara Moreira - OTEMPO.com.br


celiasdxacriaba-jpg.jpgDeputada Federal Célia Xakriabá. — Foto: Fred Magno / O Tempo
REPRESENTATIVIDADE
 
Entre os postos legislativos envolvendo parlamentares mineiros - na Câmara de BH, na Assembleia de Minas e na bancada mineira do Congresso Nacional - a deputada federal Célia Xakriabá (Psol) é a única indígena, conforme levantamento feito por O TEMPO. Nascida no Norte do Estado, Célia foi eleita em 2022, aos 32 anos, e se tornou a deputada federal indígena mais jovem a chegar ao Congresso.
 

Segundo dados do Censo 2022, a população indígena no país é composta por cerca de 1,7 milhão de pessoas, sendo aproximadamente 37 mil em Minas Gerais. Célia Xakriabá é  a primeira parlamentar mineira autodeclarada indígena e tem a atuação voltada para a máxima de “aldear a política”.

“Nossa presença é importante para pensar e construir uma política não apenas para os povos indígenas, e sim com os povos indígenas, uma política do jeito que a gente quer, sem matar o que a gente é. Chega a ser inacreditável um Brasil que começa por nós e demorou tanto tempo para ter nossa presença neste espaço”, afirma a deputada.

Em abril deste ano, no mês em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, Célia esteve na redação de O TEMPO, em Minas, e afirmou que um dos objetivos do seu mandato era "reflorestar" o  Congresso Nacional, com a defesa dos povos originários. "Essa eleição, para além de um saldo eleitoral, foi para reconhecer, para colocar Minas na centralidade do debate. São 853 municípios. Fui eleita em 804. Isso é uma resposta. Tive quase 40 mil votos só em Belo Horizonte", disse, na época, quando O TEMPO produziu um especial sobre os indígenas de Minas.

 

Racismo

A diversidade nos postos legislativos ocupados por políticos mineiros também precisa melhorar muito em relação à presença de pretos e pardos. Entre os 41 vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte, cinco são pretos, ou seja, 12,2% do total de parlamentares que ocupam a Casa. Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o número é o mesmo, mas a proporção diminui substancialmente, para 6,5%, considerando as 77 cadeiras disponíveis. Em âmbito federal, na Câmara dos Deputados, a bancada mineira tem dois pretos, 3,8% dos 53 representantes do Estado, enquanto nenhum dos três senadores eleitos por Minas se identifica assim.

Considerando pretos e pardos, o índice passa para 28,6% no Legislativo estadual (22 deputados), 36,6% no parlamento belo-horizontino (15 vereadores) e 20,8% na Câmara Federal (11 congressistas). Os números foram levantados pela reportagem de O TEMPO a partir de dados da Justiça Eleitoral, assim como do recorte de autodeclaração de cor/raça dos parlamentares, e destoam da composição populacional brasileira e mineira.