CONGRESSO NACIONAL

Os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compor a diretoria do Banco Central foram aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (4). Gabriel Galípolo foi indicado ao cargo de diretor de Política Monetária, enquanto Ailton Aquilo para diretor de Fiscalização. Os dois ainda precisam ter os nomes aprovados pelo plenário do Senado, em votação marcada para a tarde desta terça.

Na CAE, Galípolo recebeu 23 votos favoráveis e dois contrários. Aquino teve 24 votos favoráveis e apenas um contrário à sua indicação. Nenhum senador se absteve. Ao todo, o colegiado tem 27 integrantes.

Antes da votação, os dois passaram por uma sabatina. Galípolo afirmou que incluir o povo no orçamento público "é uma questão de escolha" e que "não cabe a nenhum economista, por mais excelência que ele tenha, impor o que ele entende ser o destino econômico do país à revelia da vontade democrática e de seus representantes eleitos”. A fala foi feita em meio às críticas que governistas têm endossado contra o atual chefe do BC, Roberto Campos Neto, pela taxa de juros de 13,75%.

Já Aquino contou que o Banco Central sofreu um "encolhimento" nos últimos dez anos, principalmente na fiscalização do sistema financeiro e no quadro de servidores, que deve reduzir ainda mais em 2024. O processo, segundo ele, levou também a uma "assimetria" na remuneração de servidores do BC em comparação a outros órgãos públicos. "É impraticável manter excelência sem recursos humanos em número, grau, expertise e níveis remuneratórios compatíveis com as responsabilidades alocados à autarquia", disse.

Quem são os indicados de Lula à diretoria do Banco Central

Gabriel Muricca Galípolo tem 41 anos, é formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e foi presidente do Banco Fator de 2017 a 2021. Participou da equipe de transição de governo e foi peça importante na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aproximando nomes do mercado financeiro do político. Neste ano, virou secretário-executivo do Ministério da Fazenda, atuando como braço-direito do ministro Fernando Haddad.

Galípolo também é cotado passa assumir como presidente do Banco Central em 2024, ao fim do mandato do atual chefe da instituição monetária, Roberto Campos Neto, que vem sofrendo duras críticas de aliados de Lula por conta da atual taxa de juros. Antes, porém, irá assumir como diretor do BC – se tiver sua indicação aprovada pelo Senado – no lugar Bruno Serra Fernandes.

Ailton Aquino dos Santos é servidor do Banco Central desde 1998. Ele é graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Direito pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e possui especializações em Engenharia Econômica de Negócios e em Direito Político.

Aquino já chefiou a Auditoria Interna do BC e atua, hoje, no comando do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira da instituição monetária. Se tiver sua indicação aprovada pelo Senado, irá substituir Paulo Sérgio Neves de Souza e será o primeiro negro a ocupar um cargo na cúpula do BC.