O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), admitiu nesta sexta-feira (16) que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou participantes da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP 25), que aconteceu em Madri em dezembro de 2019.

Pelo Twitter, Heleno disse que a Abin tem que acompanhar campanhas internacionais apoiadas por “maus brasileiros”, e que continuará a agir em “eventos no Brasil e no exterior”. 

“Temas estratégicos devem ser acompanhados por servidores qualificados, sobretudo quando envolvem campanhas internacionais sórdidas e mentirosas, apoiadas por maus brasileiros, com objetivo de prejudicar o Brasil”, escreveu o ministro Augusto Heleno. “A Abin é instituição de Estado e continuará cumprindo seu dever em eventos, no Brasil e no exterior”, acrescentou. 

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o objetivo de oficiais da Abin enviados à COP 25  era monitorar e relatar menções negativas a políticas ambientais do governo Bolsonaro, especialmente na Amazônia. Eles focaram nas organizações não-governamentais (ONGs), com as quais o governo mantém relação conflituosa, mas também observaram atividades e integrantes da própria comitiva brasileira e de delegações estrangeiras.