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O marco de tempo do mandato foi citado por Lula em um discurso no dia 8 de maio, ao falar com otimismo sobre o rumo do Brasil: “Escrevam isto, porque nós estamos apenas com 15 meses de governo, menos de um terço do mandato. Portanto, vamos fazer três vezes mais do que fizemos até agora para atingir o ápice das coisas boas neste país”.
Na virada de junho, Lula completa 17 meses, ou seja, 517 dias à frente da Presidência. Nesse período, o mandatário conseguiu avançar em agendas da economia, como a aprovação da reforma tributária, do meio ambiente e da retomada das relações exteriores.
No entanto, o governo ainda enfrenta dificuldades na relação com o Congresso Nacional. Além disso, passou por uma crise na saúde, com a alta de casos de dengue, e o desastre climático no Rio Grande do Sul (RS). Todo esse cenário trouxe impactos à imagem do titular do Planalto, que sofre com a falta de popularidade em comparação a mandatos anteriores.
Articulação com Congresso
Pedro Feliu Ribeiro, professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo, aponta que a política externa é um campo mais possível de o presidente avançar comparado a questões progressistas e uma reforma administrativa dentro do Brasil. Isso por causa da relação turbulenta entre Executivo e Legislativo.
“A política externa surge como uma opção, um porto seguro, para esse avanço”, disse. Além da retomada das relações internacionais mais clássica brasileira, o professor apontou o retorno do “tradicional presidencialismo de coalização”.
“A grande questão é que o Congresso é mais conservador, a polarização aumentou muito, e o centro desse espectro político está menos povoado. Boa parte do Centrão migrou para o bolsonarismo e pautas conservadoras, além disso, o Lula pega o Congresso que conseguiu muito manejo orçamentário com Bolsonaro, pelo orçamento secreto. Reverter essa situação é muito complicada”, explicou.
“O custo é altíssimo nesse governo, talvez como nunca foi visto antes porque a polarização aumentou. Vai ter muita limitação, o que o presidente vai conseguir fazer é escolher poucas prioridades e avançar a agenda legislativa”, completou.
Relações exteriores e meio ambiente
Professora de relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e pesquisadora do Observatório de Regionalismo (ODR), Flavia Loss avaliou que o Brasil teve a percepção internacional manchada pela “repercussão do que aconteceu com a Covid-19 e a questão ambiental”, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Na Europa e nos Estados Unidos, ficamos com uma imagem muito ruim, tivemos impactos no comércio, tivemos estremecimento com as relações com a China e o nosso agronegócio que fez pressão. Qualquer outro governo teria que lidar com as consequências do que aconteceu, praticamente reconstruir, e essa palavra tem sido muito usada no Ministério de Relações Exteriores e pelo Lula“, disse.
Outro ponto prejudicado e trabalhado pelo petista, segundo Loss, é a atuação em organizações internacionais, “principalmente com a pauta ambiental. O Brasil sempre foi atuante, sobretudo dos anos 1990 para frente, sempre participamos das negociações importantes e sofremos na época Bolsonaro. O Brasil volta como protagonista nessa agenda”.
Dessa forma, o país utiliza a liderança do G20, o Grupo dos Vinte, para reparar a imagem e se preparar para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) de 2025, que será sediada em Belém (PA). Após o evento, Loss avaliou que o Brasil precisa voltar o foco para a África, porque deslocou embaixadores para cuidar do G20 e da COP30.
Economia
Outra vitória do governo Lula 3 foi a aprovação de matérias importantes na área de economia. Já no primeiro ano de mandato, a gestão conseguiu passar a reforma tributária e o marco fiscal, duas pautas prioritárias para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A gestão também colheu bons resultados no crescimento econômico do país. De 2022 a 2023, o PIB cresceu 2,9%, alavancado pelo agronegócio e pelo consumo das famílias.
No entanto, neste ano, Lula teve dificuldades no Congresso, ao tentar emplacar a reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. A proposta teve forte reação de parlamentares. Ao fim, o governo precisou ceder em manter a desoneração para o ano de 2024, ao contrário do que defendia a equipe econômica.
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O marco de tempo do mandato foi citado por Lula em um discurso no dia 8 de maio, ao falar com otimismo sobre o rumo do Brasil: “Escrevam isto, porque nós estamos apenas com 15 meses de governo, menos de um terço do mandato. Portanto, vamos fazer três vezes mais do que fizemos até agora para atingir o ápice das coisas boas neste país”.
Na virada de junho, Lula completa 17 meses, ou seja, 517 dias à frente da Presidência. Nesse período, o mandatário conseguiu avançar em agendas da economia, como a aprovação da reforma tributária, do meio ambiente e da retomada das relações exteriores.
No entanto, o governo ainda enfrenta dificuldades na relação com o Congresso Nacional. Além disso, passou por uma crise na saúde, com a alta de casos de dengue, e o desastre climático no Rio Grande do Sul (RS). Todo esse cenário trouxe impactos à imagem do titular do Planalto, que sofre com a falta de popularidade em comparação a mandatos anteriores.
Articulação com Congresso
Pedro Feliu Ribeiro, professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo, aponta que a política externa é um campo mais possível de o presidente avançar comparado a questões progressistas e uma reforma administrativa dentro do Brasil. Isso por causa da relação turbulenta entre Executivo e Legislativo.
“A política externa surge como uma opção, um porto seguro, para esse avanço”, disse. Além da retomada das relações internacionais mais clássica brasileira, o professor apontou o retorno do “tradicional presidencialismo de coalização”.
“A grande questão é que o Congresso é mais conservador, a polarização aumentou muito, e o centro desse espectro político está menos povoado. Boa parte do Centrão migrou para o bolsonarismo e pautas conservadoras, além disso, o Lula pega o Congresso que conseguiu muito manejo orçamentário com Bolsonaro, pelo orçamento secreto. Reverter essa situação é muito complicada”, explicou.
“O custo é altíssimo nesse governo, talvez como nunca foi visto antes porque a polarização aumentou. Vai ter muita limitação, o que o presidente vai conseguir fazer é escolher poucas prioridades e avançar a agenda legislativa”, completou.
Relações exteriores e meio ambiente
Professora de relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e pesquisadora do Observatório de Regionalismo (ODR), Flavia Loss avaliou que o Brasil teve a percepção internacional manchada pela “repercussão do que aconteceu com a Covid-19 e a questão ambiental”, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Na Europa e nos Estados Unidos, ficamos com uma imagem muito ruim, tivemos impactos no comércio, tivemos estremecimento com as relações com a China e o nosso agronegócio que fez pressão. Qualquer outro governo teria que lidar com as consequências do que aconteceu, praticamente reconstruir, e essa palavra tem sido muito usada no Ministério de Relações Exteriores e pelo Lula“, disse.
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Outra vitória do governo Lula 3 foi a aprovação de matérias importantes na área de economia. Já no primeiro ano de mandato, a gestão conseguiu passar a reforma tributária e o marco fiscal, duas pautas prioritárias para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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