Carta assinada por Fernando Pimentel (PT) e seis governadores do Nordeste diz que o governo federal está 'fugindo de suas responsabilidades'
Governadores de estados do Nordeste e de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), divulgaram neste sábado um nota conjunta em que classificaram de “inaceitável” o apelo do governo federal para que renunciem às receitas de ICMS dos combustíveis para que o preço caia nas bombas.
Para os políticos, a União estaria transferindo para os estados a responsabilidade pela solução da crise desencadeada com a greve dos caminhoneiros, que completou seis dias neste sábado.“Colocar sobre os Estados Federados o ônus de qualquer redução da alíquota sobre os combustíveis – além de ser desrespeitoso – é atitude inconsequente e, por isso mesmo, inaceitável”, diz trecho do documento, que é assinado por Fernando Pimentel e os governadores Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Ricardo Coutinho (Paraíba), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí) e Belivaldo Chagas (Sergipe).
Segundo os governadores, a União estaria tentando “fugir” de suas responsabilidades, diante de uma política de preços “absurda, perversa e irresponsável”, “direcionada, unicamente, à obtenção de lucros e ao acúmulo de receitas”. A manifestação dos caminhoneiros foi desencadeada diante de aumentos sucessivos no preço dos combustíveis. Nos últimos 17 dias foram 11 aumentos.
Os governadores reclamaram ainda do aumento nos preços do gás de cozinha, que tem levado muitas famílias a recorrer ao fogão de lenha para cozinhar, aumentando o número de acidentes com queimaduras e perdas humanas e materiais.
“Para agravar ainda mais o contorno da proposta do governo federal, ventila-se a incoerente retirada da Cide da parcela de recursos destinada à manutenção das rodovias, que é – por garantia constitucional – executada por estados e municípios da Federação”, continua o texto.
Os políticos ressaltaram ainda a disposição de colaborar com o governo federal em prol de medidas para acelerar a economia e a retomada do crescimento do Brasil, mas cobraram uma revisão na política comercial da Petrobras.