A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, comentou neste domingo (14) revelação da Polícia Federal de que despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram pagas com recursos oriundos de uma empresa que tinha contrato com o governo de Jair Bolsonaro. 

Para Gleisi, a PF mostrou ato de corrupção da ex-primeira-dama, chamada de "santa do pau oco". "Empresas financiavam Michelle Bolsonaro, a santa do pau oco. O nome disso é corrupção", disse Gleisi à coluna do jornalista Chico Alves, do UOL. "Ainda vamos ver mais dinheiros ilegais para os Bolsonaro", acrescentou. 

"Era tão errado o que faziam que o tenente-coronel Mauro Cid temia que se parecesse com rachadinha", diz Gleisi, referindo-se a um áudio em que o ajudante de ordens de Jair Bolsonaro alerta uma assessora de Michelle para esse risco.

"A PF puxou o fio da meada e está desnudando a família. Cid é um arquivo enorme e o dinheiro envolvido é maior do que rachadinha", afirma a presidente do PT. "Ainda vamos ver muito caroço embaixo desse angu, como diz o ditado".

Uma empreiteira com contratos com o governo de Jair Bolsonaro está ligada a uma série de repasses feitos a um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República. O policial, segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, fez saques em dinheiro e usou o dinheiro para pagar despesas de um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro em pelo menos três ocasiões, segundo a Polícia Federal. Dos Reis também fez pelo menos 12 depósitos em dinheiro na conta de um parente da ex-primeira-dama, segundo reportagem de Aguirre Talento , Amanda Rossi e Pedro Canário, no UOL. 

Segundo a Polícia Federal, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção, empresa sediada em Goiânia com contratos com o governo federal, é a fonte de depósitos de pelo menos R$ 25.360 na conta do segundo-sargento Luis Marcos dos Reis. Dos Reis trabalhava sob as ordens de Mauro Cid, então ajudante de campo de Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

Após o depósito do dinheiro, o sargento retirava o dinheiro em um caixa eletrônico. Segundo a Polícia Federal, Dos Reis era o responsável por efetuar pagamentos a pessoas ligadas à ex-primeira-dama e a outros militares da ajudante de campo do Palácio do Planalto.